5 outubro 2024

Acre sofre mais de 150 desastres naturais em uma década, indica estudo nacional

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O estado do Acre tem enfrentado graves impactos das mudanças climáticas, resultando em uma série de eventos extremos nos últimos anos. De acordo com um levantamento realizado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), entre 2013 e 2022, o Acre registrou 154 desastres naturais.

Esses desastres são caracterizados por fenômenos e desequilíbrios naturais que ocorrem independentemente da ação humana, embora possam ser agravados por ela. O levantamento da CNM baseou-se no total de decretos municipais emitidos pelas prefeituras nesse período, revelando que 93% dos municípios brasileiros foram afetados por algum desastre natural, levando à declaração de estado de emergência ou calamidade pública. Entre os eventos mais comuns estão tempestades, secas, inundações e enxurradas.

No Acre, emergências foram decretadas em diversas ocasiões críticas, incluindo estiagens severas, enchentes dos principais rios, e surtos de doenças como dengue e COVID-19.

“Novo Normal”

Na última quinta-feira (17), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, alertou sobre a crescente frequência e intensidade desses eventos extremos em entrevista ao programa A Voz do Brasil, da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). “Provavelmente, aquilo que era evento extremo vai se transformar no normal e os novos eventos extremos nós nem sabemos ainda quais são”, afirmou a ministra. Segundo ela, 1.942 municípios em todo o país estão suscetíveis às mudanças climáticas e seus efeitos.

Eventos Extremos no Acre

Embora o levantamento da CNM não inclua eventos após 2022, o Acre continuou a sofrer com eventos climáticos extremos em 2023 e 2024. No ano passado, a capital Rio Branco enfrentou a terceira pior enchente de sua história, com o Rio Acre atingindo 17,72 metros. Outros municípios afetados incluíram Brasiléia, Epitaciolândia, Porto Acre, Assis Brasil e Xapuri. Ao todo, 19 dos 22 municípios acreanos foram atingidos pelas enchentes, deixando milhares de pessoas desabrigadas.

Em 2023, Rio Branco também experimentou a pior seca já registrada, com o Rio Acre baixando para 1,25 metros, impactando comunidades rurais, a produção ribeirinha, a navegação e a captação de água urbana.

Em fevereiro de 2024, a situação se agravou quando o nível do rio atingiu 17,84 metros, a segunda maior marca registrada desde o início das medições em 1971, afetando milhares de pessoas em todo o estado. Pelo menos 26.449 pessoas foram deslocadas de suas casas devido às enchentes e foi necessário decretar situação de emergência.

A preocupação atual é com uma nova seca severa, com o Rio Acre registrando as menores marcas dos últimos 10 anos, ficando abaixo dos três metros.

O estado do Acre, assim como grande parte do Brasil, está cada vez mais vulnerável aos efeitos das mudanças climáticas, exigindo medidas urgentes para mitigar os impactos e proteger as comunidades afetadas.

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