Durante os dias 3, 4 e 5 de junho, o governo do Acre, através da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), está promovendo uma capacitação voltada aos servidores da Saúde em Cruzeiro do Sul. O objetivo é aprimorar o diagnóstico da hanseníase. O evento, realizado no Teatro dos Náuas, conta com a participação da Faculdade de Medicina ITPAC, da Secretaria Municipal de Saúde e do Ministério da Saúde.
Suilane Meire de Souza, responsável pelo Programa Estadual da Hanseníase, destacou a importância da capacitação para os profissionais de saúde da região, enfatizando o impacto do diagnóstico precoce da doença.
“Essa capacitação objetiva identificar precocemente a doença, monitorando a busca dos contatos das pessoas infectadas, que devem ser acompanhadas pela atenção primária. Vamos trabalhar a descentralização desse cuidado e desse monitoramento, assim como a disponibilização de teste rápido”, explicou Suilane.
Em 2023, o Acre registrou 109 casos de hanseníase, com uma incidência significativa entre adolescentes menores de 15 anos.
“Este treinamento vai trazer aos municípios mais autonomia para trabalhar com a doença”, afirmou Diani Carvalho, coordenadora regional de Saúde no Juruá.
A hanseníase, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, é uma doença crônica que pode afetar qualquer pessoa. Caracteriza-se por alterações na sensibilidade térmica, dolorosa e tátil, além da força muscular, principalmente em mãos, braços, pés, pernas e olhos, podendo causar incapacidades permanentes. O diagnóstico precoce é crucial para evitar a transmissão, complicações e deficiências.
“Quanto mais conhecermos a doença, mais fácil se dará nosso trabalho no combate e diagnóstico desta”, destacou Fabíola Gomes, fisioterapeuta na Secretaria Municipal de Saúde.
O tratamento da hanseníase é feito com comprimidos fornecidos gratuitamente nas unidades de Saúde, que devem ser tomados diariamente até o término do tratamento. O tratamento cura a doença, interrompe sua transmissão e previne incapacidades físicas. Se não tratada, a hanseníase pode causar lesões severas e irreversíveis.
Hanseníase no Brasil
O Brasil ocupa a segunda posição mundial em número de novos casos de hanseníase. Devido à elevada carga da doença, ela continua sendo um problema significativo de saúde pública no país, com notificação compulsória e investigação obrigatória.