Mais de 570 muçulmanos morreram durante a peregrinação a Meca, chamada hajj, que acontece neste ano sob temperaturas extremas. O evento religioso começou na última sexta-feira, 14. Segundo informações da agência de notícias AFP, 577 peregrinos morreram em decorrência do forte calor.
As vítimas são de países como Egito, Tunísia, Indonésia, Irã, Senegal e Jordânia. De acordo com a TV estatal da Arábia Saudita, as temperaturas previstas chegariam a 48ºC. Na segunda-feira, 17, porém, o calor aumentou, e foram registrados 51,8ºC na sombra, na região da Grande Mesquita de Meca.
Um diplomata ouvido pela AFP disse que ao menos 323 dos 577 mortos são egípcios, que faleceram devido a doenças provocadas pelo calor excessivo. Um deles morreu após um tumulto entre a multidão que frequentava o local. O número foi divulgado pelo necrotério do hospital Al Muaisem. Outros 60 mortos são da Jordânia.
A AFP não informou se as mortes aconteceram antes ou depois do início oficial do hajj, entre os peregrinos que teriam chegado com antecedência.
Neste ano, a peregrinação levou 1,8 milhão de religiosos até Meca, incluindo 1,6 milhão do exterior, segundo autoridades sauditas.
Foram adotadas medidas para combater o calor excessivo neste ano, como a instalação de nebulizadores na área externa e guardas borrifando água nos peregrinos.
O porta-voz do Ministério da Saúde saudita, Mohammed al-Abdulali, informou que, no ano passado, mais de 10 mil peregrinos tiveram problemas de saúde relacionados ao calor forte. Cerca de 240 morreram no ano passado, sendo a maioria cidadãos da Indonésia.
Peregrinação a Meca
O hajj é um dos cinco pilares do Islã, e prega que o muçulmano faça uma peregrinação a Meca, pelo menos, uma vez na vida, caso tenha condições.
O hajj começa com o “tawaf”, um rito que consiste em dar voltas ao redor da Kaaba, uma estrutura em formato de cubo preta. É na direção dela que todos os muçulmanos do mundo rezam. A Kaaba fica no coração da Grande Mesquita, em Meca.
Depois disso, os muçulmanos seguem para Mina, um local cercado de montanhas rochosas, que fica a alguns quilômetros de Meca. Lá, eles passam as noites em tendas climatizadas. A prática é uma fonte de prestígio e legitimidade para a Arábia Saudita, cujo rei leva o título de “Guardião das duas mesquitas sagradas” de Meca e Medina.
O país autoriza vistos seguindo um sistema de cotas por país. Muitos muçulmanos que não têm meios para obter o visto conseguem chegar a Mina, mas não têm acesso às tendas para se protegerem do calor.
Fonte: Redação Terra