O treinador de vôlei acusado de crimes sexuais contra jogadores adolescentes foi condenado a 60 anos de prisão em regime fechado, informou o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que fez a denúncia contra ele.
Os estupros ocorreram quando ele era o técnico em São José, na Grande Florianópolis, em um projeto social coordenado por uma entidade esportiva sem fins lucrativos.
De acordo com a denúncia do MPSC, ele usava a confiança e admiração dos jogadores, além dos sonhos deles de se tornarem profissionais, para praticar os abusos sexuais.
As investigações contra o réu começaram em 2022. O réu pode recorrer em liberdade.
Ele foi preso preventivamente entre 5 de agosto de 2022 e 21 de janeiro de 2023, mas foi solto após a fase de coleta de provas. Na época, o Judiciário justificou a soltura pelo fato de André ser réu primário e não oferecer risco de fuga ou atrapalhar o levantamento de indícios.
O réu foi condenado a 60 anos de prisão em regime fechado, três anos e nove meses em regime aberto e 100 dias-multa.
Os crimes pelos quais o treinador foi condenado são:
- quatro condenações por estupro de vulnerável
- uma por estupro
- uma por contrangimento ilegal
- fornecer, servir, ministrar e entregar bebida alcoólica para criança ou adolescente
- submeter criança ou adolescente sob sua autoridade a vexame ou a constrangimento
- induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga
Denúncia
O município de São José mantinha duas “casas-atletas”, nas quais abrigava 11 adolescentes do sexo masculino e cinco do sexo feminino que participavam do time de voleibol de um projeto municipal coordenado por uma entidade esportiva sem fins lucrativos.
Os jovens estavam sob a responsabilidade do treinador, com procurações dos pais ou responsáveis legais que davam a ele poderes para representar os atletas.
Em 2022, após denúncias contra o treinador por alguns adolescentes do projeto, foi instaurado um inquérito policial para apurar diversos crimes.
As denúncias incluíam importunação sexual, estupro de vulnerável, coação no curso do processo, submissão de criança ou adolescente sob sua autoridade a vexame ou a constrangimento e, ainda, fornecimento, serviço, ministração ou entrega, ainda que gratuitamente, a criança ou adolescente, de bebida alcoólica.
Durante as investigações, o treinador chegou a ser preso preventivamente.
Conforme a denúncia, ele fazia brincadeiras de cunho sexual e fazia convites para passeios não relacionados ao vôlei. Segundo depoimento, nessas situações ele convencia os adolescentes e tomar bebidas alcoólicas, para deixá-los vulneráveis aos crimes sexuais.
Para garantir a impunidade, ele prometia progresso na carreira de jogador ou ameaçava tirar a vítima do projeto.
Por G1