24 novembro 2024

Suspeita de sequestrar bebê, mulher apresentou nome falso no hospital

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De acordo com a Polícia Civil de Goiás (PCGO), a médica Cláudia Soares Alves, de 42 anos, investigada por sequestrar uma recém-nascida em um hospital de Uberlândia (MG), usou um nome falso e disse que ia cobrir a falta de uma outra funcionária para entrar na unidade de saúde. A mulher também estava paramentada com uma roupa característica de profissionais da saúde.

O caso aconteceu na noite da última terça-feira (23/7). A suspeita foi presa horas depois, na madrugada de quarta-feira (24/7), em Itumbiara, no sul goiano, a cerca de 135 km.

As informações sobre a entrada da médica no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), onde a situação aconteceu, foram repassadas por uma vigilante que trabalha no local. Conforme trecho do depoimento, Cláudia teria dito que se chamava “Amanda”.

Desconfiada da situação, a vigilante teria entrado em contato com outros seguranças que trabalham no local para que averiguassem a situação.

“Ao mesmo tempo, (a vigilante) ligou para o setor da clínica médica e perguntou se realmente teria faltado algum funcionário e se teriam pedido para uma funcionária chamada ‘Amanda’ cobrir a falta. E recebeu como resposta que nenhum funcionário de nome ‘Amanda’ iria trabalhar naquele turno”, diz o documento.

“A equipe de segurança teria encontrado a autora (médica), que teria respondido que iria tirar um plantão no setor de pediatria naquela data, porém, que ao chegar no local teria sido avisada que não iriam precisar mais dela, pois o quadro de funcionários do plantão já se encontrava completo”, conclui o relato.

A vigilante também disse à polícia que a equipe de segurança não revistou Cláudia, pois não tinha autorização para isso. Além disso, “como a investigada estava com traje de funcionária, inclusive de crachá”, apenas a acompanharam até a saída.

Bebê colocada na mochila

Segundo a PCGO, após a análise das imagens de câmeras de segurança, a corporação imagina que a médica colocou a recém-nascida dentro da mochila que usava. Há relatos, inclusive, de que Cláudia tenha conversado com os seguranças e com o pai da menina, enquanto a bebê estava dentro de sua mochila.

O hospital informou que a segurança na unidade foi reforçada depois do episódio. Além disso, a gerente de Atenção à Saúde do hospital, Liliane Passos, disse que iniciou uma apuração interna sobre as circunstâncias e colabora com a investigação da polícia.

Claudia está detida na Unidade Prisional Regional Feminina de Orizona desde a quarta-feira (24), quando foi presa em flagrante e autuada por sequestro qualificado.

O advogado Vladimir Rezende, responsável pela defesa dela, explicou que a cliente tem transtorno bipolar e, no momento dos fatos, se encontrava em crise psicótica, não tendo capacidade de discernir sobre o que estava fazendo.

Cláudia é neurologista e era professora de universidade ligada ao hospital. De acordo com a Polícia Civil, a mulher premeditou o crime e tudo indica que ela se aproveitou do livre acesso que tinha na unidade para praticar o sequestro. Apesar disso, a polícia ainda apura se houve falha na segurança.

Suposta gravidez

Em depoimento à Polícia Civil, a empregada doméstica que trabalha na casa da médica relatou que a patroa disse há meses que estava grávida e, na manhã de quarta-feira (24/7), chegou com a recém-nascida sequestrada em casa alegando que “teve neném antes da hora”.

“Ao chegar para trabalhar, sua empregadora Cláudia estava acordada com o bebê no carrinho. A senhora Cláudia lhe chamou dizendo: ‘Vem cá, quero te mostrar uma coisa’. A depoente (empregada) pôde visualizar um carrinho com bebê, tendo sua empregadora explicado que: ‘Eu tive o neném antes da hora’”, afirma o trecho do depoimento, obtido pela TV Anhanguera.

A empregada doméstica contou que Cláudia disse estar grávida de dois meses e chegou a mostrar um exame que comprovava a gravidez, feito em maio deste ano. No entanto, a funcionária afirmou que não notou nenhum sinal de gravidez na patroa antes de ser informada do assunto naquela ocasião, mas que achava que ela estava “mais gordinha”.

A funcionária trabalha com Cláudia havia cerca de 4 anos e disse que se assustou ao ver a recém-nascida na casa e não acreditou que a menina fosse filha da patroa. Apesar disso, não fez perguntas e continuou suas atividades diárias na casa. Enquanto isso, a médica saiu dizendo que ia comprar coisas para a bebê.

O delegado responsável pela investigação do caso, Anderson Pelágio, não acredita que Cláudia esteja grávida ou tenha engravidado recentemente. Ele também não acredita na versão da defesa, de que a médica não tinha condições de saber o que estava fazendo quando sequestrou a recém-nascida. Para o delegado, tudo foi premeditado.

Já o advogado Vladimir Rezende, que atua defendendo a médica, Cláudia tinha mudado sua medicação recentemente por conta de uma suposta gravidez. “Com a alteração dos medicamentos, ela teve um surto, um surto psicótico. Nossa defesa vai ser essa, porque realmente é o que aconteceu”, afirmou o advogado da médica.

Por Metrópoles

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