30 outubro 2024

Lula comenta pela primeira vez denúncias de assédio contra o ministro Silvio Almeida e afirma que governo não tolera esse tipo de conduta

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se pronunciou nesta sexta-feira (6) sobre as acusações de assédio sexual e moral feitas contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. Segundo a ONG Me Too Brasil, várias mulheres relataram terem sido vítimas de assédio por parte do ministro, que nega as acusações e classifica as denúncias como “ilações absurdas”.

Em entrevista à Rádio Difusora, de Goiânia (GO), Lula foi enfático ao afirmar que o governo não manterá em seus quadros alguém que cometa assédio. “Alguém que pratica assédio não vai ficar no governo. Mas é preciso garantir o direito à defesa, a presunção de inocência. Ele tem o direito de se defender”, disse o presidente.

Lula informou que determinou que a Polícia Federal, o Ministério Público e a Comissão de Ética Pública investiguem as denúncias para que o caso seja apurado com seriedade. O presidente destacou que a luta contra a violência e o assédio contra mulheres é uma prioridade de seu governo. “Eu não posso permitir que haja assédio no meu governo. O discurso de defesa das mulheres e dos direitos humanos não pode coexistir com alguém acusado de assédio.”

Sobre um possível afastamento de Silvio Almeida até a conclusão das investigações, Lula disse que a decisão será tomada após conversas com os ministros da Justiça, Ricardo Lewandowski, o advogado-geral da União, Jorge Messias, e o controlador-geral da União, Vinicius Marques de Carvalho. O presidente deve também se reunir com a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, apontada como uma das denunciantes.

O presidente reforçou que o governo não permitirá que “um erro pessoal” afete a gestão, e que a paz e o respeito aos direitos humanos são valores fundamentais para a democracia. “Assédio não pode coexistir com democracia e respeito aos subordinados”, afirmou.

Lula ainda comentou sobre uma foto postada pela primeira-dama, Janja, em que ela aparece beijando a testa da ministra Anielle Franco, vista como uma demonstração de solidariedade entre as mulheres do governo. “O motivo da foto é a demonstração inequívoca de que as mulheres estão com as mulheres. E isso é o normal. Não tem mulher que apoie alguém acusado de assédio”, declarou o presidente.

O governo federal já abriu diversas frentes de apuração, e o próprio Silvio Almeida solicitou investigações, afirmando que as acusações são infundadas. As denúncias, cujos nomes das vítimas não foram divulgados, estão sendo analisadas pelas autoridades competentes.

 

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