Para reduzir os altos índices de desmatamento e queimadas em Feijó, o município com os maiores números de focos de incêndio na Amazônia em 2024, segundo o Instituto Imazon, a Operação Sine Ignis, liderada pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), em parceria com instituições ambientais e forças policiais, realizou uma série de fiscalizações nos últimos 10 dias.
Durante as ações, foram emitidos 20 autos de infração, cobrindo desmatamentos e queimadas em uma área de 218,08 hectares, com multas que totalizam R$1,419 milhão.
A fiscalização contou com o apoio da Polícia Ambiental, Grupo Especial de Fronteira (Gefron), Corpo de Bombeiros, Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). As equipes percorreram ramais intrafegáveis, incluindo fins de semana e feriados, para garantir o cumprimento das leis ambientais.
Segundo Júnior Dourado, chefe do escritório do Imac em Feijó, um desafio recorrente é a identificação dos responsáveis pelos crimes ambientais. Muitos trabalhadores braçais contratados para desmatar e queimar áreas estão a serviço de proprietários que residem em estados como Mato Grosso, Rondônia e até no exterior, como nos Estados Unidos. Esse cenário foi observado em um loteamento no Projeto de Assentamento Liberdade, onde 250 hectares pertencem a um proprietário residente no exterior. As fiscalizações resultaram em multas de até R$113 mil.
O coordenador da operação, Ivan de Jesus Pereira, destacou as dificuldades logísticas enfrentadas, mas reafirmou o compromisso de cumprir as obrigações do Estado na proteção ambiental.