A Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), por meio da Rede de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas e Rede Cegonha, promoveu nesta quinta-feira, 12, a 2ª edição da qualificação da assistência primária ao câncer infantojuvenil, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), na Biblioteca Pública do Acre, em Rio Branco.
O evento planejado em alusão à campanha de setembro dourado, teve início às 8h e se estenderá até as 16h, com a participação de profissionais da área da saúde que irão abordar temáticas voltadas para o processo de regulação, atendimento e diagnóstico precoce do câncer em crianças e adolescentes.
“A primeira edição foi realizada em julho, com alguns profissionais do [programa] Mais Médicos e alguns enfermeiros das unidades básicas de saúde, e agora estamos fazendo a segunda edição com os profissionais que não participaram da primeira”, acrescentou a assessora da Rede de atenção às pessoas com doenças crônicas da Sesacre, Mayra Wolter.
O câncer infantojuvenil é um grupo de doenças caracterizado pela proliferação descontrolada de células anormais, que pode ocorrer em qualquer parte do corpo, mas frequentemente afeta o sistema sanguíneo e tecidos de sustentação. Representa apenas cerca de 3% dos casos de câncer em adultos e, por serem predominantemente embrionários, tumores infantis geralmente respondem melhor aos tratamentos. Embora as causas sejam em grande parte desconhecidas, cerca de 10% dos casos têm origem em anomalias genéticas.
“O evento é extremamente importante para a qualificação profissional, porque traz atualizações com relação a epidemiologia do câncer e sabemos que quanto mais precocemente tratado, melhor vai ser a recuperação e a cura”, reforçou o coordenador do programa Mais Médicos, Tiago Cruz.
No Brasil, o câncer é a principal causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de um a 19 anos. O avanço no tratamento e a melhor compreensão da doença têm aumentado significativamente as taxas de sobrevida.
Neste sentido, a iniciativa busca organizar a rede de atenção à saúde, de modo que assegure a identificação e o encaminhamento mais ágil de crianças e adolescentes com suspeita de câncer para investigação diagnóstica.
De acordo com Valéria Paiva, pediatra oncologista que iniciou o evento e já atua no estado do Acre há cerca de 18 anos, a capacitação tem como público-alvo não somente os médicos responsáveis pelo atendimento aos pacientes.
“Esses profissionais da rede primária, da rede básica, são essenciais porque é onde o paciente chega com a queixa pela primeira vez, ou seja, essa iniciativa possibilita aos profissionais a identificação, por meio dos sinais e sintomas decorrentes do câncer”, destacou a médica oncologista.
Entre os servidores presentes, Geana de Souza Fernandes, enfermeira da atenção primária, ressaltou a relevância de definir o fluxo de atendimento.
“Reforça para nós, enquanto agentes comunitários, o fluxo que devemos seguir para que essa criança, esse adolescente que foi recém-descoberto com o câncer, possa receber o tratamento”, concluiu.
Com informações Secom