O governador Gladson Cameli anunciou que o Acre já aplicou mais de R$ 15 milhões em multas relacionadas a crimes ambientais, como queimadas e desmatamento ilegal. Ele enfatizou a necessidade de ações mais eficazes para proteger o meio ambiente e destacou a importância da responsabilidade coletiva no enfrentamento desse problema.
“Cada um precisa fazer sua parte, ou a situação só vai piorar. Estive em reunião ontem [quinta-feira, 19] com ministros em Brasília, onde informaram que a previsão para a normalização no Cerrado é até 15 de outubro, mas não há garantias, porque o cenário está muito incerto. Por isso, é essencial que a população colabore nesse esforço”, disse Cameli.
Rio Branco, capital do Acre, vive um momento crítico com a poluição extrema causada por uma densa camada de fumaça, proveniente das queimadas. Na manhã desta sexta-feira (20), os sensores do sistema Purple Air registraram uma concentração de 478 µg/m³ de material particulado no ar, um valor alarmante, 30 vezes acima do limite de 15 µg/m³ considerado seguro pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Cameli também compartilhou uma experiência pessoal, revelando que sofreu com uma pneumonia na semana passada, o que o fez refletir sobre a gravidade da situação de saúde pública. “Dou esse exemplo porque a população precisa colaborar. Não vou ignorar a situação. Esses crimes afetam a vida e a saúde das pessoas. Decreto é para ser cumprido, e eu usarei a autoridade de governador para combater, coibir e punir quem desrespeitar”, afirmou.
Queimadas em alta
Os dados sobre queimadas no Acre são alarmantes. De acordo com o Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o estado registrou mais de 5,4 mil focos de queimadas em 2024, um aumento de 59% em relação ao mesmo período de 2023, que contabilizou 3,4 mil.
Entre 1º e 18 de setembro, foram identificados 2.688 focos de queimadas, um crescimento de 52% em comparação ao ano anterior, quando o número foi de 1.765. Só no mês de agosto, o Acre registrou 1.997 focos.