A família da jovem acreana Juliana Valdivino da Silva, de 18 anos, assassinada pelo ex-namorado em Cuiabá, Mato Grosso, conseguiu trazer o corpo dela para Rio Branco, capital do Acre, onde será realizado o velório e enterro. O corpo chegou em um voo comercial na noite de quinta-feira (26), e Juliana está sendo velada na capela do Cemitério São João Batista, com o enterro marcado para as 16h desta sexta-feira (27).
Após a trágica morte de Juliana, a família iniciou uma campanha para arrecadar fundos e custear o transporte do corpo até Rio Branco, onde vivem seus parentes. Rosicléia, a mãe da jovem, desabafou sobre a dor da perda: “Graças a Deus conseguimos trazer o corpo. É um momento muito difícil para todos nós.”
Rosicléia contou que, ao saber que a filha estava sendo perseguida pelo ex-namorado, havia planejado buscá-la no fim de semana. “Eu disse para ela: ‘Filha, esse fim de semana vou te buscar’. Ela me contou que ele a estava incomodando e que iria pegar uma medida protetiva. Era segunda-feira, dia 9, e eu a aconselhei a ir à delegacia para garantir a medida, enquanto eu comprava as passagens para trazê-la de volta”, relatou.
No dia 9 de setembro, Djavanderson de Oliveira Araújo, de 20 anos, comprou álcool em um posto de combustível e atraiu Juliana para sua casa, no bairro Jardim Ipê. Lá, ele jogou o líquido inflamável sobre ela e ateou fogo, também se ferindo no processo. Juliana sofreu queimaduras em 90% do corpo e foi internada no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), onde ficou desde o dia 10 de setembro. Ela não resistiu aos ferimentos e faleceu na quarta-feira (25).
Djavanderson, que teve 50% do corpo queimado, segue internado, e o mandado de prisão contra ele foi cumprido no hospital em 16 de setembro. A Polícia Civil agora trata o caso como feminicídio consumado. O delegado Gabriel Conrado Souza informou que o crime foi premeditado, já que o suspeito não aceitava o término do relacionamento.
Juliana e Djavanderson se conheceram enquanto estudavam juntos em Porto Acre (AC). Anos depois, Rosicléia enviou a filha para morar com uma irmã mais velha em Cuiabá, na tentativa de afastá-la do relacionamento. Porém, oito meses depois, Djavanderson também se mudou para Mato Grosso, sem que a família soubesse que ele havia ido para Paranatinga.