No dia 5 de outubro de 2023, Fernando Moraes Roca Júnior, de 25 anos, perdeu a vida tragicamente em Rio Branco após ser atingido por uma linha com cerol que cortou sua veia jugular enquanto dirigia uma motocicleta. Um ano após o acidente, a dor ainda é uma realidade para sua família, que relembra com saudade o jovem, conhecido como “Fernandinho”, e luta para que outras famílias não passem pela mesma tragédia.
Relembrando o Acidente
Misleiny Roca, irmã de Fernando, relembra o fatídico dia em que almoçou com o irmão pela última vez. Poucas horas depois, ela recebeu uma ligação de um amigo de Fernando informando sobre o acidente. Ao chegar rapidamente ao local, Misleiny encontrou seu irmão já sem vida, vítima do corte profundo causado pela linha de cerol, apesar da rápida chegada do socorro.
Desde o ocorrido, a família de Fernando tem se mobilizado para conscientizar sobre o perigo das linhas cortantes usadas em pipas, como o cerol e a linha chilena. Inicialmente, a família cobrou investigações da polícia sobre o acidente, mas, sem respostas conclusivas, sua luta agora é para evitar que outras vidas sejam perdidas dessa forma. “A nossa luta é para que não aconteça mais com outras pessoas”, afirma Misleiny, ao destacar a necessidade de fiscalização e punições severas.
A morte de Fernando gerou um debate significativo sobre a proibição de linhas cortantes no Acre. Em 2020, uma lei municipal foi sancionada proibindo o uso e a venda de cerol e linha chilena, mas o caso reacendeu a necessidade de maior fiscalização. A tragédia também resultou na criação da Lei Estadual nº 4.180/2023, conhecida como “Lei Fernando Júnior Moraes Roca – Fernandinho”, que estabelece critérios para a soltura de pipas e proíbe o uso de materiais cortantes.
Campanhas de Conscientização
Após o acidente, o Ministério Público do Acre (MP-AC) lançou a campanha “Cerol: se machuca, se mata, não é brincadeira”, alertando sobre os riscos de utilizar esses materiais. A campanha visa pressionar as autoridades para que aumentem a fiscalização e promovam a conscientização sobre os perigos do cerol. O MP também recomendou que a polícia instaure inquéritos em casos de lesões ou mortes causadas por linhas cortantes.
Para a família de Fernando, a perda deixou um vazio impossível de preencher. Seu pai, Fernando Moraes Roca, que trabalhava diretamente com o filho, encontrou dificuldades para continuar com os negócios da família. “Meu pai não consegue mais ficar dentro da empresa”, relata Misleiny, que ressalta o impacto emocional causado pela perda repentina.
Misleiny finaliza lembrando que, apesar das lutas por justiça e da criação de novas leis, a dor da ausência de Fernando é insuperável: “A nossa dor não vai passar. Ele não volta mais. A nossa luta é para que não aconteça novamente com outras pessoas. Ele faz muita falta, na empresa, na família, em todos os lugares.”
Via G1 Acre.