Os uruguaios foram às urnas no domingo (27) para escolher o próximo presidente do país. De acordo com as primeiras projeções de institutos de pesquisa, a eleição seguirá para um segundo turno, programado para o dia 24 de novembro. Os candidatos que disputam a presidência são Yamandú Orsi, da Frente Ampla, e Álvaro Delgado, representante do Partido Nacional, ligado ao atual presidente Luis Lacalle Pou.
Yamandú Orsi, que é considerado um pupilo do ex-presidente José “Pepe” Mujica, recebeu cerca de 44% dos votos. Orsi, de 57 anos, é professor de História e ex-governador de Canelones, o segundo maior departamento do Uruguai. Sua militância política começou após o fim da ditadura militar em 1984. Com um estilo de vida simples e próximo à população, ele é conhecido por sua ligação com questões ambientais, apoio aos pequenos produtores e inclusão social. Orsi tem destacado que, se eleito, não planeja fazer mudanças radicais na política do país, buscando um diálogo construtivo.
Do outro lado, Álvaro Delgado, que obteve aproximadamente 27% dos votos, é a aposta da continuidade do governo da direita. Com 55 anos e formação em veterinária, Delgado atuou como secretário da presidência no governo de Lacalle Pou, ganhando notoriedade durante a pandemia de Covid-19. Ele propõe um “segundo piso de transformações” para dar continuidade às políticas de segurança, crescimento econômico e estabilidade social do atual governo.
As eleições uruguaias têm sido vistas como uma disputa sem grandes mudanças, já que ambos os candidatos tendem a manter a estabilidade política do país. Como destaca a socióloga Mariana Pomiés, as transições no Uruguai geralmente são suaves, refletindo um país que valoriza a continuidade e a gradualidade nas mudanças.
