A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,4% no trimestre de julho a setembro de 2024, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (31). Este valor representa uma redução de 0,5 ponto percentual em comparação ao trimestre anterior, que registrou 6,9%. Em relação ao mesmo período do ano passado, a queda é ainda mais significativa, com uma diminuição de 1,3 ponto percentual, uma vez que a taxa era de 7,7% em 2023. Essa é a segunda menor taxa de desocupação da série histórica da PNAD Contínua do IBGE, que começou em 2012, superando apenas a taxa de 6,3% registrada em dezembro de 2013.
A população desocupada, ou seja, aqueles que estavam sem trabalho mas em busca de ocupação, totalizou 7 milhões, o menor número desde o primeiro trimestre de 2015. O IBGE apontou uma diminuição de 7,2% no trimestre, correspondente a 541 mil pessoas a menos buscando emprego, e uma queda de 15,8% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o que equivale a 1,3 milhão de pessoas a menos.
De acordo com a coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, a redução da desocupação reflete a crescente demanda por trabalhadores em diversos setores econômicos. O total de trabalhadores no Brasil atingiu um novo recorde, com 103 milhões de pessoas ocupadas, um aumento de 1,2% no trimestre (mais 1,2 milhão de trabalhadores) e de 3,2% na comparação anual (mais 3,2 milhões de ocupados).
A pesquisa revelou que a alta na ocupação foi impulsionada principalmente pela Indústria, que cresceu 3,2%, e pelo Comércio, que teve um aumento de 1,5%. Juntas, essas áreas absorveram 709 mil trabalhadores no trimestre, sendo 416 mil da Indústria e 291 mil do Comércio. A população ocupada no Comércio atingiu 19,6 milhões de pessoas, estabelecendo outro recorde.
Na comparação anual, setores como Indústria, Construção, Comércio, Transporte, Informação e Comunicação, Administração e Outros Serviços mostraram crescimento no número de ocupados, enquanto o setor de alojamento e alimentação e os serviços domésticos permaneceram estáveis. A agropecuária, por sua vez, apresentou uma queda de 4,7% no número de trabalhadores.
O setor privado também atingiu um novo recorde, com 53,3 milhões de empregados, representando um crescimento de 2,2% no trimestre e de 5,3% no ano. O número de trabalhadores com carteira assinada chegou a 39 milhões, enquanto 14,3 milhões estavam empregados sem carteira. O aumento no número de trabalhadores com carteira foi de 1,5% no trimestre e 4,3% no ano, enquanto os sem carteira tiveram crescimento de 3,9% e 8,1% nas mesmas comparações.
No setor público, o total de empregados alcançou 12,8 milhões, com um crescimento de 4,6% no ano, impulsionado principalmente pelo aumento de servidores sem carteira assinada.
Em relação à renda, o rendimento médio real das pessoas ocupadas foi de R$ 3.227, com uma variação estatisticamente insignificante em comparação ao trimestre anterior, mas com um aumento de 3,7% em relação ao mesmo período de 2023. A massa de rendimentos totalizou R$ 327,7 bilhões, mantendo-se estável no trimestre e crescendo 7,2% na comparação anual.
A PNAD Contínua, realizada pelo IBGE, é a principal pesquisa que analisa a força de trabalho no país, abrangendo 211 mil domicílios em 3.500 municípios. A coleta de dados foi retomada presencialmente em julho de 2021, após um período de coleta remota devido à pandemia de COVID-19.