Na quarta-feira (6), a Justiça do Acre decretou a prisão preventiva de Jairton Silveira Bezerra, de 45 anos, suspeito do assassinato brutal de Paula Gomes da Costa, de 33 anos. Paula foi morta com oito facadas em plena via pública, na presença da filha de apenas 6 anos, em Rio Branco. Bezerra se entregou à polícia na Delegacia de Flagrantes (Defla) e, em seguida, foi encaminhado à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) para prestar depoimento, antes de passar pela audiência de custódia ainda na manhã de quarta-feira.
O juiz Alesson Braz, da 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar da Comarca de Rio Branco, determinou que o inquérito policial completo seja entregue no prazo de 10 dias para dar continuidade aos procedimentos. O juiz também solicitou ao Instituto de Administração Penitenciária (Iapen-AC) que sejam adotadas medidas de segurança para preservar a integridade física do suspeito no Complexo Penitenciário de Rio Branco, atendendo a um pedido da defesa.
Detalhes do Caso
O crime ocorreu em 27 de outubro, quando Paula foi esfaqueada em plena luz do dia. As autoridades iniciaram as buscas pelo suspeito no dia seguinte. Segundo a delegada Elenice Frez, as investigações incluíram monitoramento de locais que ele frequentava. “A pressão para o cumprimento do mandado foi fundamental para dar uma resposta à sociedade e amenizar a dor da família. Acreditamos que, diante da pressão, a própria família o incentivou a se entregar”, explicou a delegada.
Jairton, que trabalhava como gerente em uma loja de tintas, estava foragido desde o dia do crime. Ele e Paula foram casados por 13 anos, mas o relacionamento havia terminado, fato que ele não aceitava. Paula já possuía uma medida protetiva contra ele, após relatos de agressões em outras ocasiões.
A delegada Juliana De Angelis, em entrevista anterior, reforçou a importância das medidas protetivas: “Medida protetiva salva vidas. Infelizmente, Paula foi uma exceção, mas cerca de 90% das vítimas de feminicídio não possuem medidas ativas no momento do crime. Qualquer violência deve ser denunciada. Em Rio Branco e Cruzeiro do Sul, contamos com delegacias especializadas, e em outras cidades, delegacias locais também oferecem suporte e proteção.”