Jesuel Alves da Silva, de 60 anos, viveu 18 anos com a colangite esclerosante, uma doença hepática rara que resultou em cirrose. Em 2017, após anos de tratamentos falhos e diante de um quadro de saúde gravíssimo, ele teve a chance de realizar um transplante de fígado no Acre, onde encontrou a cura e recomeçou sua vida.
Natural de Santos, SP, Jesuel vivia há 23 anos na cidade de Quetzaltenango, na Guatemala, quando a doença que obstruía os ductos biliares e afetava seu fígado se agravou. Depois de diversas tentativas de tratamento e buscas por um transplante em outros países, ele decidiu retornar ao Brasil, onde enfrentou dificuldades para encontrar ajuda até ser atendido por um médico especialista no Acre.
O missionário descreve como foi um momento de desespero, mas também de esperança, quando foi colocado na fila de transplante no Acre. Após meses de espera e uma deterioração rápida de sua saúde, Jesuel recebeu a notícia de que um fígado compatível estava disponível. No dia 11 de novembro de 2017, ele passou por uma cirurgia de oito horas que transformou sua vida.
“Foi como um milagre de Deus. Quando entrei na sala de cirurgia, entrei caminhando, e quando acordei, estava vivo. Foi uma renovação completa”, relembra Jesuel, que imediatamente notou melhorias em sua saúde. Ele se recuperou rapidamente e voltou à sua rotina normal após três meses de acompanhamento no Acre.
Grato pela chance de recomeçar, Jesuel decidiu retribuir o apoio que recebeu criando uma casa de acolhimento para pacientes e suas famílias na Guatemala, um projeto inspirado pela ajuda que ele recebeu enquanto aguardava o transplante no Brasil. “É uma forma de agradecer a Deus e ajudar o próximo”, afirma ele.
Seis anos depois do transplante, Jesuel continua a trabalhar com voluntariado, ajudando outras pessoas que enfrentam doenças graves. Ele também continua o acompanhamento médico, agora feito principalmente online desde a pandemia. Jesuel expressa sua eterna gratidão pelo atendimento que recebeu no Acre e pela equipe médica que salvou sua vida.
“O Acre me deu uma nova chance. Fui tratado com muito carinho e respeito. A equipe do transplante e o Sistema Único de Saúde (SUS) me deram a oportunidade de viver novamente”, celebra.
Atualmente, a Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), onde Jesuel foi transplantado, é uma referência nacional em transplantes. Desde o início dos procedimentos, em 2006, o hospital já realizou centenas de transplantes, incluindo fígado, rim e córnea, consolidando-se como um dos maiores centros transplantadores do Brasil.
O trabalho contínuo da Fundhacre, que realiza transplantes com excelentes índices de sucesso, é um testemunho de como a medicina pública no Acre tem contribuído para salvar vidas como a de Jesuel.
informações com base no G1 Acre.