
Sangue no chão, corpos à espera de liberação e fila de caixões. Essas são algumas das irregularidades denunciadas por funcionários do Pronto-Socorro de Rio Branco. A situação foi filmada durante o fim de semana e os vídeos divulgados pelo Jornal do Acre 2ª edição, nessa terça-feira (2).
As imagens começam mostrando um servidor perguntando insistentemente se já lavaram o sangue de um corpo que está próximo de macas no chão do corredor. “Não baldearam aí? Baldearam aí?”.
Logo em seguida, é possível ver secreção no chão no mesmo espaço onde estão os corpos de vítimas da Covid-19, segundo o funcionário.
O diálogo ocorre entre dois servidores. Um deles responde que o local não vai ser lavado enquanto tiver corpo lá.
O outro responde com “está certo” e reclama que passa comida pelo local. “É uma palhaçada um negócio desse. Defunto com dez dias aqui”, afirma.
Ainda no vídeo, o servidor mostra uma fila de caixões e reclama da demora na retirada dos corpos. “Rapaz, tem um defunto com três dias aí, é?”, questiona. A filmagem é encerrada com um dos corpos sendo colocado dentro de um caixão.
Direção do PS diz que situação foi resolvida
Em nota, a direção do pronto-socorro negou que corpos passaram dez dias no necrotério do hospital. Porém, reconheceu que no último dia 30 morreu um senhora e o familiar ao receber a declaração de óbito não providenciou os procedimentos funerários.
Ainda segundo a direção, só na segunda-feira (1º), o sepultamento foi possível com a intervenção do serviço social. Quanto a presença de secreção no chão, a direção afirmou que a empresa responsável pela higienização do ambiente já foi notificada.
Por Aline Nascimento e Ana Paula Xavier, G1 e Jornal do Acre 1ª edição






