28 fevereiro 2025

Curta-metragem produzido com apoio do governo retrata imaginário cultural amazônico e será reproduzido nas escolas

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Uma viagem ao tempo que leva o espectador a um período em que, atentas, as crianças sentavam ao redor dos avós e pais para ouvir as lendas amazônicas que permeiam o imaginário cultural e eram repassadas de geração para geração. Isso é o que propõe o curta-metragem “Vozes da floresta – Contos mágicos da Amazônia”, produzido por Marcus Ramon Aquino.

No vídeo, de pouco mais de 12 minutos, a história retrata uma época em que os avós, em sua maioria seringueiros ou descendentes de indígenas, narravam para os netos as lendas amazônicas, como as do Boto Cor-de-Rosa, Mapinguari e Curupira.

“Me inspirei nos meus avós, que sempre contavam essas histórias para mim quando eu era criança, principalmente para dormir. Meus avós cresceram no seringal e, quando iam dar uma festa, principalmente Carnaval, a gente saía da cidade, ia para Porto Acre e descia o rio. Eles tinham seringal e, quando davam alguma festa, iam muitas pessoas para lá de barco, de batelão”, relembra.

As viagens pelo rio eram embaladas pelas histórias e a imaginação das crianças fervilhava: “Antigamente, as pessoas se vestiam com muita roupa social, linho, e a gente ficava olhando as pessoas subindo o barranco e pensando se aquilo ali era um boto, se ia se transformar, isso fazia parte do nosso imaginário quando criança”.

A ideia do diretor é fortalecer a mitologia amazônica, preservando o patrimônio cultural. O curta, lançado na quarta-feira, 26, foi produzido com o financiamento do governo federal, por intermédio da Lei Paulo Gustavo, em parceria com o governo do Acre, por meio da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM). (Veja o vídeo abaixo)

O vídeo está disponível nas plataformas digitais e deve ser reproduzido nas escolas do estado. O cenário explora o ambiente lúdico de contação de histórias e o conhecimento transmitido oralmente, numa interação entre gerações. O curta-metragem traz a narrativa de um avô que reúne seus netos ao entardecer, para compartilhar histórias e lendas mágicas.

“Com o elenco, toda a ambientação do vídeo foi pensada justamente para ser algo lúdico e de época, para que faça realmente essa conexão com o passado, porque hoje, infelizmente, não temos mais esse costume de sentar e conversar; devido a interações de redes sociais, muitas famílias não têm mais esse costume de sentar e contar histórias”, explica o diretor.

Preservação da cultura

Para Aquino, o trabalho divulgado nas escolas remete ao resgate cultural que precisa ser preservado, para que os mais jovens conheçam essa mitologia que ainda hoje é muito pulsante em algumas regiões da Amazônia.

Ideia é que crianças possam conhecer lendas e entender também o passado cultural. Foto: Marcus Ramon Aquino

“O curta não é só um entretenimento, pois tem um papel educativo e cultural muito importante, muito forte. Então, mostrar essas histórias para as crianças e jovens é uma forma de reforçar esse entretenimento e despertar o interesse pela nossa cultura, estimular o  interesse nas crianças e nos adolescentes. Colocar isso disponível nas escolas é uma forma de atingir uma massa maior e fazer eles lembrarem que a gente tem uma cultura rica e muito importante”, reforça.

O presidente da FEM, Minoru Kinpara, destacou que esse tipo de trabalho desenvolvido com incentivos culturais preservam a história do estado e fortalecem o sentimento de pertencimento.

“Ficamos imensamente felizes em colocar o recurso para poder fazer com que as pessoas conservem, divulguem, investiguem e propaguem ainda mais a nossa cultura, por meio de diversos segmentos e manifestações culturais. E as nossas tradições são fundamentais, até para que a nossa população, inclusive a população mais jovem ainda, que está em formação, possa conhecer”, observa.

Via Secom

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