O desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), determinou nesta quinta-feira o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Na decisão, o magistrado nomeou Fernando Sarney, um dos vice-presidentes da entidade, como interventor, com a missão de convocar novas eleições “o mais rápido possível”.
Na sentença, o desembargador declarou nulo o acordo firmado entre as partes e homologado pela Corte Superior, alegando incapacidade mental e possível falsificação da assinatura de Antônio Carlos Nunes de Lima, conhecido como Coronel Nunes, ex-presidente da CBF.
Fernando Sarney, nomeado interventor, é atualmente vice-presidente da CBF e integra a oposição a Ednaldo Rodrigues. Ele não participou da chapa de reeleição de Ednaldo em março deste ano, mas seu mandato vai até março de 2026.
Na semana passada, a deputada Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) e Fernando Sarney entraram com pedidos no Supremo Tribunal Federal (STF) para afastar Ednaldo, alegando que a assinatura do Coronel Nunes no acordo que encerrou a ação contra o processo eleitoral da CBF foi falsificada. Um laudo pericial reforça essa suspeita.
Esse acordo, assinado por cinco dirigentes, possibilitou a eleição que manteve Ednaldo Rodrigues no comando da CBF em março. Caso a assinatura seja realmente falsificada, argumentam os autores do pedido, o documento perde validade.
O caso retornou ao TJ-RJ por determinação do ministro Gilmar Mendes, do STF, que, no dia 7 deste mês, negou o afastamento imediato de Ednaldo, mas ordenou uma “apuração imediata e urgente” dos fatos.
O desembargador Gabriel Zéfiro solicitou o depoimento do Coronel Nunes na última segunda-feira, mas o advogado do ex-presidente comunicou que ele não poderia comparecer por motivos de saúde. A audiência foi cancelada e, nesta quinta, veio a decisão pelo afastamento de Ednaldo.
Este é o segundo afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF decidido pelo TJ-RJ. O primeiro ocorreu em dezembro de 2023, mas Ednaldo retornou ao cargo um mês depois, por decisão do ministro Gilmar Mendes.