
O senador Marcos do Val (Podemos-ES) foi conduzido pela Polícia Federal na manhã desta segunda-feira (4) para instalar uma tornozeleira eletrônica, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida foi cumprida assim que o parlamentar desembarcou em Brasília, após retornar de uma viagem à Flórida, nos Estados Unidos.
Além da tornozeleira, Moraes também determinou a apreensão do passaporte diplomático do senador, argumentando que ele desrespeitou medidas cautelares anteriores, como a entrega obrigatória de todos os seus passaportes. O ministro já havia negado, em julho, um pedido de Do Val para viajar ao exterior, mas o senador deixou o país mesmo assim.
Na decisão, Moraes afirmou que a conduta de Do Val representa uma “afronta à determinação do Judiciário” e alertou que, caso volte a descumprir medidas impostas, o senador poderá ser preso. Ele também está proibido de sair de casa à noite, nos fins de semana, feriados e durante folgas, além de continuar impedido de usar redes sociais.
Marcos do Val é investigado por supostamente liderar uma campanha de ataques virtuais contra delegados da Polícia Federal envolvidos em apurações contra apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Também é suspeito de participar de um plano para tentar anular o resultado das eleições de 2022.
No mês passado, Moraes ordenou o bloqueio de contas bancárias do senador. Apesar de buscas realizadas no ano passado em endereços ligados a Do Val, a PF ainda não havia conseguido apreender todos os passaportes do parlamentar até agora.
Em nota, Do Val afirmou que “repudia a narrativa de que teria descumprido medidas cautelares” e negou estar impedido de deixar o país ou ter tentado fugir. O gabinete do senador ressaltou que ele “não é réu nem foi condenado” e disse que as medidas impostas afetam o exercício do mandato. A defesa informou que tomará providências jurídicas para garantir os direitos do parlamentar.






