5 dezembro 2025

Desmatamento segue como principal fonte de poluição climática no Brasil

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Desmatamento e queimada próxima à Floresta Nacional Bom Futuro, em Porto Velho, Rondônia, em outubro de 2023. © Marizilda Cruppe / Greenpeace

Quando se fala em emissão de gases de efeito estufa, é comum imaginar carros, fábricas ou usinas. Mas, no Brasil, o maior responsável pelo aquecimento global está longe das grandes cidades e muito mais próximo da floresta: o desmatamento.

De acordo com o último levantamento do Observatório do Clima, quase metade das emissões nacionais em 2023 veio da destruição de vegetação nativa. No total, o país liberou 2,3 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa no ano passado, sendo 46% relacionados à mudança de uso da terra — categoria que inclui, principalmente, o corte e a queima de florestas. Nenhum outro setor, nem transporte, nem indústria, nem agropecuária, polui tanto quanto a devastação ambiental.

A ligação entre desmatamento e emissões é direta: quando um cai, o outro também diminui. Em 2023, a taxa de desmate na Amazônia recuou 30%, segundo o Inpe, o que resultou na maior redução de emissões em 15 anos — queda de 12% em relação a 2022. O dado mostra como políticas de preservação podem impactar imediatamente o balanço climático do país.

Mas os efeitos do desmatamento não se limitam ao aumento de gases na atmosfera. A derrubada de árvores afeta o ciclo da água: a vegetação libera vapor pelas folhas, formando nuvens e ajudando na produção de chuva. Sem essa cobertura, o ar fica mais seco, a frequência de chuvas diminui e cresce o risco de secas prolongadas — um impacto em cadeia que prejudica a agricultura, a geração de energia e o abastecimento das cidades.

Outro agravante é o uso do fogo para “limpar” áreas recém-desmatadas. As queimadas, intencionais ou não, ampliam as emissões e deixam a floresta mais vulnerável à degradação. Em 2024, por exemplo, incêndios intensos contribuíram para a piora das condições ambientais na Amazônia e para um aumento de 4% no desmatamento registrado entre agosto de 2024 e julho de 2025.

A comparação com outros países mostra como o caso brasileiro é particular. Globalmente, as emissões vêm principalmente da queima de combustíveis fósseis. Aqui, o desmatamento lidera com folga. Por isso, especialistas apontam que conter a devastação ambiental é um dos passos mais eficazes para frear o aquecimento global e proteger não só os biomas, mas também o futuro do próprio Brasil.

Informações via G1.

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