10 dezembro 2025

De acordo o último estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), baseado na PNAD Contínua, divulgado no início deste ano, 12,7% das crianças e adolescentes acreanos vivem sem acesso à água encanada, o índice mais alto do Brasil. Além disso, 31,5% das residências onde vivem menores não têm saneamento adequado, o que representa o maior percentual nacional. Essa realidade expõe meninos e meninas a riscos de saúde e evidencia a falta de infraestrutura básica. Outro dado preocupante é o da pobreza multidimensional. Conforme o relatório “Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil”, também do Unicef, 83,9% das crianças e adolescentes do Acre estavam em situação de privações em 2022. Em 2023, os dados foram ainda alarmantes, com a seguinte configuração: 18,6% enfrentavam privação de educação; 14,1% não tinham acesso à informação; 2,4% estavam em situação de trabalho infantil; 18,1% viviam em moradias inadequadas; 22,2% não tinham acesso à água de qualidade; 68,9% não contavam com saneamento adequado; e 38,3% viviam em lares com privação de renda. A educação infantil também aparece como um dos pontos frágeis. O Censo Demográfico 2022 revelou que apenas 68,98% das crianças de 4 a 5 anos frequentam a escola, uma das menores taxas do país, ficando à frente apenas do Amapá. Já entre os 6 e 14 anos, a frequência sobe para 96,65%, e entre adolescentes de 15 a 17 anos, 81,44%. Outro desafio enfrentado no Acre é o registro civil de nascimento. Embora tenha havido avanços, cerca de 1.312 crianças de até 5 anos no Acre ainda não possuem registro oficial, segundo o Censo 2022 do IBGE. Isso representa aproximadamente 1,5% do total, um dado que, embora baixo, revela uma barreira significativa ao acesso a direitos básicos.

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Neste 24 de agosto, Dia da Infância, números revelam dura realidade enfrentada por crianças e adolescentes acreanos

Enquanto o Brasil celebra neste domingo (24) o Dia da Infância — data instituída pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para promover a reflexão sobre os direitos e o bem-estar de crianças e adolescentes — o estado do Acre enfrenta uma realidade alarmante. Levantamentos recentes revelam que o estado concentra alguns dos piores indicadores do país em áreas essenciais como saneamento, educação, acesso à água e renda familiar.

De acordo com estudo do Unicef baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgado no início deste ano, 12,7% das crianças e adolescentes no Acre vivem sem acesso à água encanada, o maior índice entre todos os estados brasileiros. Além disso, 31,5% das residências onde vivem menores de idade não possuem saneamento básico adequado, colocando em risco a saúde e o desenvolvimento dessas crianças e adolescentes.

A situação se agrava ao observar os dados sobre pobreza multidimensional, que considera diferentes aspectos da vida além da renda. Conforme o relatório “Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil”, também do Unicef, 83,9% das crianças e adolescentes acreanos viviam em situação de privações em 2022. No ano seguinte, os dados revelaram uma dura configuração:

  • 18,6% com privação de educação

  • 14,1% sem acesso à informação

  • 2,4% em situação de trabalho infantil

  • 18,1% vivendo em moradias inadequadas

  • 22,2% sem acesso à água de qualidade

  • 68,9% sem saneamento adequado

  • 38,3% em domicílios com privação de renda

Esses números refletem a ausência de políticas públicas eficazes e investimentos estruturais que garantam direitos fundamentais à infância.

A educação infantil também se mostra uma das áreas mais frágeis no estado. O Censo Demográfico 2022 revelou que apenas 68,98% das crianças de 4 a 5 anos frequentam a escola, índice inferior à média nacional e à frente apenas do Amapá. A taxa de frequência escolar sobe entre crianças de 6 a 14 anos (96,65%), mas volta a cair entre os adolescentes de 15 a 17 anos, com 81,44%.

Outro desafio é o registro civil de nascimento. Apesar de avanços, cerca de 1.312 crianças de até 5 anos no Acre ainda não possuem registro oficial, conforme dados do Censo 2022 do IBGE. Esse contingente representa cerca de 1,5% do total e impede o pleno acesso dessas crianças a direitos básicos como saúde, educação e assistência social.

Diante desse cenário, o Dia da Infância no Acre não é apenas uma data para celebrar — mas um chamado à ação. A proteção e o desenvolvimento das crianças acreanas dependem do compromisso contínuo de governos, sociedade civil e instituições, para que a infância seja, de fato, uma etapa segura, digna e com oportunidades para todos.

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