21 dezembro 2025

De Ancelotti na Seleção aos portugueses do Brasileirão: as críticas aos técnicos gringos

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A contratação de Carlo Ancelotti na Seleção Brasileira reacendeu uma polêmica que ronda o futebol brasileiro nos últimos anos: a presença de técnicos estrangeiros no futebol do país. Se o domínio português em clubes brasileiros pós-Jorge Jesus já era considerado um problema para alguns profissionais do ramo, imagina a chegada de um italiano à Amarelinha.

Não à toa, Carletto já coleciona uma legião de críticos — que vão muito além do aspecto tático. Nos últimos dias, Abel Braga já havia criticado a falta de sangue “verde e amarelo” do colega de profissão. Agora, foi a vez de Antonio Lopes: “Não devia ser contratado esse treinador. O Brasil foi pentacampeão com cinco treinadores brasileiros. Por que vai botar um treinador estrangeiro?”, iniciou o veterano.

Veja as fotosAbrir em tela cheia AncelottiReprodução/CBF Foto: Cesar Greco/Palmeiras Artur Jorge em chegada no hotel (Victor Silva/Botafogo) Jorge Jesus no comando do Al-HilalReprodução/Instagram: @jorgejesus Renato Paiva foi demitido do comando técnico do Fortaleza / Divulgação

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“Então, o erro foi aí. Não tenho nada contra esse treinador. Mas eu acho que não devia. Um erro da diretoria e do presidente. Ele é italiano, né? Já foi técnico da seleção da Itália? Não foi. Então, alguma coisa tem de errado aí. Se o cara não foi treinador da seleção italiana, da seleção do seu país… Então, eu acho que tinha que ser um treinador brasileiro”, concluiu Lopes, ao ge.

Estrangeiros na Seleção
A contratação de Ancelotti é um caso atípico na história do futebol brasileiro. Antes dele, o último não brasileiro havia sido há 60 anos. Apenas três estrangeiros comandaram a seleção pentacampeã do mundo:

O uruguaio Ramón Platero – 6 jogos em 1925;
O português Joreca – dividiu o comando Flávio Costa em 2 jogos em 1944;
O argentino Filpo Nñez – 1 jogo em 1965. O Palmeiras representou o Brasil em amistoso contra o Uruguai e, por ser técnico do Alviverde, comandou a Seleção.

No que se diz respeito às Copas do Mundo, a observação de Antonio Lopes faz sentido, já que nenhum gringo esteve a beira do campo representando a elite brasileira. Além disso, o possível título do Brasil com Ancelotti em 2026 seria um feito inédito para o futebol mundial: nunca um estrangeiro levantou a taça por outro país. O último que chegou à final foi o austríaco Ernst Happel, técnico da Holanda no vice-campeonato de 1978 contra a Argentina.

Além disso, apenas três das oito campeãs mundiais já tiveram técnicos estrangeiros em um Mundial: Argentina e Itália com um cada, a Espanha com dois, e a Inglaterra teve três. No entanto, o Brasil não é o único que deve quebrar os paradigmas com a globalização: em 2026, a tendência é que o argentino Marcelo Bielsa, técnico do Uruguai, e o alemão Thomas Tuchel, que comanda a Inglaterra, devem aumentar a lista.

A “invasão portuguesa” ao Brasileirão
Já no futebol de clubes, a presença dos gringo sempre foi mais comum no futebol brasileiro. E “mais comum” não significa um fato corriqueiro. Isso porque, somando 2017, 2018 e 2019, foram três estrangeiros: Dejan Petkovic no Vitória de 2017, Reinaldo Rueda no Flamengo de 2017 e Diego Aguirre no São Paulo de 2018.

A partir do ano seguinte, o cenário mudou! E pode-se dizer que um dos grandes responsáveis foi o português Jorge Jesus, técnico do Flamengo na histórica equipe de 2019, campeão do Campeonato Brasileiro e da Libertadores. No ano seguinte, outro lusitano desembarcou no Brasil para fazer histórica: Abel Ferreira, campeão da Libertadores em 2020 e 2021 e que segue no Palmeiras desde então.

E se não há provas do sucesso gringo na Seleção, o cenário é o inverso nos clubes. Levando a Libertadores em consideração: das últimas seis edições, quatro troféus foram para estantes portuguesas. Além de Jesus e Abel, em 2024 o título ficou com Artur Jorge, do Botafogo. As exceções são Dorival Jr. (Flamengo, 2022) e Fernando Diniz (Fluminense, 2023).

O norte-americano Jhon Textor, proprietário da SAF Botafogo, por exemplo, é outro entusiasta dos treinadores de Portugal. Quando assumiu o clube, em 2022, contratou Luís Castro, que saiu no ano seguinte após fazer o melhor 1º turno da história do Brasileirão. O substituto foi Bruno Lage, demitido após o início da derrocada alvinegra. Em 2024, Artur Jorge. Em 2025, Renato Paiva, já desligado, contratado pelo Fortaleza e também demitido pela equipe da capital do Ceará.

Além dos oriundas da “terrinha”, outros que fazem sucesso (ainda que somente na participação, e não efetivamente nos títulos) são os argentinos: Ramón Díaz (Botafogo, Vasco e Corinthians), Juan Pablo Vojvoda (Fortaleza e Santos), Zubeldía e Crespo (São Paulo), Jorge Sampaoli (Atlético-MG, Flamengo, Santos) e Eduardo Coudet (Atlético-MG e Internacional) são alguns exemplos.

E mais crítica!
Em março, antes da oficialização de Ancelotti, Renato Gaúcho foi outro que criticou a presença massiva dos estrangeiros. Em entrevista à ESPN, ele defendeu a contratação de brasileiros na Seleção: “O Brasil tem bons treinadores para treinar a seleção brasileira, e que entendem o futebol brasileiro, que é o mais importante. Entendem as características do jogador brasileiro, porque, às vezes, você traz um treinador estrangeiro que tem suas ideias, e até ele aprender e conhecer bem o futebol brasileiro…”.

“Não é puxar sardinha para os nossos treinadores, mas o Brasil tem bons treinadores. Eu pergunto assim. Com todo respeito aos treinadores portugueses, quais foram os treinadores portugueses vitoriosos aqui no Brasil? Parece que chegaram 100 treinadores portugueses aqui e 90 deles se deram bem. Com todo respeito a eles, sejam portugueses, mexicanos, espanhóis. Acho que tem espaço para todo mundo, desde que você prove seu valor”, acrescentou o agora técnico do Fluminense.

Na temporada atual, a Série A do Brasileirão chegou a ter dez equipes comandadas por profissionais de outro países. Atualmente, são cinco:, Botafogo (Davide Ancelotti), Cruzeiro (Leonardo Jardim), Fortaleza (Renato Paiva), São Paulo (Hernán Crespo) e Palmeiras (Abel Ferreira). No entanto, com as frequentes mudanças de comando, é provável que esse número volte a mudar.

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