
A Polícia Civil de São Paulo realizou na manhã desta terça-feira (30/9) uma operação contra a falsificação de bebidas alcoólicas em uma fábrica clandestina localizada na Rua Otávio Tancredi, bairro Fazenda Santa Lúcia, em Americana.
Durante a ação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em três endereços, sendo que em um deles, no Bosque dos Ipês, os policiais encontraram rótulos falsificados de marcas conhecidas, garrafas vazias, bombonas com líquidos e uma linha de produção para adulteração de bebidas. Foram apreendidos aproximadamente 17,7 mil produtos, incluindo uísque, gim e vodca, e duas pessoas foram presas por pirataria.
A operação, conduzida pelo DEIC e pela 1ª Delegacia DIG (Antipirataria), contou com apoio da Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) e de uma empresa de e-commerce. Inicialmente planejada para ocorrer em duas semanas, a ação foi antecipada devido aos recentes casos de intoxicação por metanol, embora não tenham sido encontradas evidências do uso da substância na fábrica. No local, havia grande quantidade de álcool etílico, usado para adulterar bebidas.
Todos os equipamentos e materiais utilizados na falsificação foram recolhidos, e o imóvel será periciado.
Casos de intoxicação por metanol
Até o momento, não há ligação confirmada entre a fábrica de Americana e os casos recentes de contaminação por metanol em São Paulo. Segundo o Centro de Vigilância Sanitária (CVS-SP), até a noite de segunda-feira (29) foram confirmados seis casos de intoxicação, enquanto outros dez estão sob investigação. Entre os afetados, há jovens que ficaram gravemente doentes após consumir gin comprado em uma adega na Cidade Dutra, Zona Sul da capital.
Um dos casos mais graves é de Rafael dos Anjos Martins Silva, que permanece há quase um mês internado na UTI após ingerir a bebida contaminada. Outra vítima, Rhadarani Domingos, relatou que ficou cega após consumir três caipirinhas de vodca; ela deixou a UTI na noite de segunda, mas segue internada.
O governo estadual também confirmou três mortes relacionadas à intoxicação por metanol: um homem de 58 anos, morador de São Bernardo do Campo; um homem de 54 anos, da capital paulista; e outro de 45 anos, cuja residência está sendo investigada. Um quarto caso ainda está sob análise, enquanto outro foi descartado.
O que é metanol
O metanol (CH₃OH) é um álcool simples, incolor e altamente inflamável, com cheiro semelhante ao do álcool etílico. Apesar de seu uso industrial legítimo, em tintas, solventes, plásticos e na produção de biodiesel, não deve ser consumido por humanos, sendo extremamente tóxico mesmo em pequenas quantidades.






