No anúncio de sua aposentadoria do Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministro Luís Roberto Barroso fez um discurso emocionado e dedicou palavras de reconhecimento e consideração a cada um de seus colegas de Corte.
Ele reconheceu que a vida o “afastou e aproximou” do Ministro Gilmar Mendes, mas expressou gratidão pela “parceria valiosa” e pela “defesa firme do tribunal nos momentos difíceis.”
A Ministra Cármen Lúcia foi elogiada por sua “integridade pessoal” e por um compromisso com o Brasil que “irradiam uma luz” sobre o tribunal.
Barroso destacou a “capacidade de gestão e sensibilidade” do Ministro Dias Toffoli, cruciais para decisões como a expansão do plenário virtual e o inquérito contra o extremismo antidemocrático.
A amizade de longa data com o Ministro Luiz Fux foi celebrada, mencionando que a relação começou nos “bancos escolares” e que Fux foi o celebrante de seu casamento.
Em um dos momentos mais políticos do discurso, prestou solidariedade ao Ministro Alexandre de Moraes, reconhecendo sua dedicação à “proteção das instituições” e os “preços pessoais elevados que está tendo que pagar,” manifestando esperança de que a história o repare.
Ao Ministro Kassio Nunes Marques, desejou sorte na futura presidência do TSE e ressaltou que a amizade fora do STF continuará.
Barroso fez questão de ressaltar que a “amizade não tem coloração política” em seu carinho e admiração pelo Ministro André Mendonça, elogiando sua integridade e seriedade, mesmo na divergência.
O Ministro Cristiano Zanin foi louvado por sua rápida adaptação e competência que desfez “todos os prognósticos maliciosos.”
Por fim, o Ministro Flávio Dino foi enaltecido por sua cultura, brilho e “senso de humor”.
A missão cumprida e a consciência tranquila
Ao se referir à sua própria saída e ao legado, Barroso expressou que deixa o tribunal com o sentimento de dever cumprido, apesar de um “coração apertado.”
Sua decisão de se aposentar, antes do limite constitucional, é pautada pela “consciência tranquila de quem cumpriu a missão de sua vida.”
O Ministro ressaltou que os anos na Corte foram tempos complexos, mas enfatizou que não carrega nenhuma tristeza, nenhuma mágoa ou arrependimento, e que estaria disposto a “começar tudo outra vez se preciso fosse.”
Em um gesto de respeito institucional, ele agradeceu tanto à Presidenta Dilma Rousseff, que o nomeou “sem pedir, sem insinuar, sem cobrar,” quanto ao Presidente Lula, por sua “firme defesa do tribunal quando esteve sob ataque.”
Sua despedida se encerra com a convicção de que ele e seus colegas cumpriram o dever com honra e que “a história nos dará o crédito devido e merecido”.
Burburinho Político: os nomes que agitam a sucessão de Barroso no STF
Com a aposentadoria do Ministro Barroso, as especulações por seu sucessor no STF tomam conta dos bastidores e se concentram em um grupo de nomes considerado de alta confiança do Presidente Lula.
Salvo engano, Jorge Messias, atual Advogado-Geral da União (AGU) é considerado o favorito, por ser um nome mais alinhado politicamente ao governo e representar, pela sua idade, uma indicação de longo prazo.
Outro forte cotado é Bruno Dantas, Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), que possui bom trânsito político e perfil técnico.
No campo estritamente político, o nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD/MG) também é bastante cogitado, pois agradaria a setores do Legislativo e do Judiciário. Contudo, sua eventual candidatura ao governo de Minas em 2026 pode ser um fator de complicação.
Por fim, o Ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Carvalho, completa a lista de técnicos com um perfil sólido, embora seja considerado uma opção de menor força nos bastidores.
A pressão para que a vaga seja ocupada por uma mulher existe.
O garantido aqui é que teremos bastidores agitados nos próximos dias com a polêmica dos nomes – e que, sim, Barroso fará falta.
Veja a fala completa de Barroso para cada um dos ministros:






