Jeffrey Chiquini, advogado de Filipe Martins, é maluco? Desde ontem, ele acusa a PGR de juntar um documento com assinaturas falsas ao processo que corre contra o seu cliente no STF.
O documento com assinaturas supostamente falsas de um sargento seria o dos registros de entrada do ex-assessor de Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto, no dia em que, segundo a PGR, houve maquinações para elaborar a tal “minuta do golpe”.
De acordo com Jeffrey Chiquini, o documento anexado pela PGR nem seria o oficial. Diz o advogado que o documento oficial foi apresentado pela defesa, e dele não constam quaisquer registros da presença de Filipe Martins no Palácio do Planalto na data apontada pela acusação.
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Teríamos, assim, mais um episódio para lá de teratológico no processo em que o ex-assessor de Jair Bolsonaro é acusado de participação na suposta tentativa de golpe de Estado.
O outro episódio é o da viagem que Filipe Martins nunca fez aos Estados Unidos, que serviu de pretexto para que ficasse preso durante seis meses e para a manutenção até hoje de outras medidas cautelares contra ele. Também nesse caso surgiu um documento falso, só que no sistema da imigração americana, o meu assunto de ontem.
Repito a pergunta do início deste artigo: Jeffrey Chiquini é maluco? Porque só um maluco, convenhamos, seria irresponsável a ponto de acusar a Procuradoria-Geral da República de juntar um documento fajuto em um processo sob exame do Supremo Tribunal Federal. De cara, haveria dois crimes aí cometidos pela PGR: falsidade ideológica e fraude processual.
O advogado de Filipe Martins apresentou um laudo grafotécnico para embasar a sua denúncia, assinado pelo perito Roosevelt Laedebal Júnior. De acordo com o divulgado pela imprensa, o perito escreveu no laudo que “não é tecnicamente possível emitir qualquer conclusão quanto à autenticidade ou autoria dos lançamentos e assinaturas contidos nos documentos apresentados”. Ele sugeriu que o material fosse analisado no Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal.
Se Jeffrey Chiquini é maluco (maluco até para descartar que a portaria do Palácio do Planalto seja uma bagunça), isso é um problema dele e do seu cliente, e não temos nada a ver com o busílis. Mas se o advogado de Filipe Martins não for maluco, daqueles com atestado de loucura assinado e carimbado por um psiquiatra, quem está com um enorme pepino nas mãos não é apenas a PGR. É, principalmente, a democracia brasileira.






