A cidade italiana de Bari presta uma homenagem à advogada Eunice Paiva, inspiração do filme “Ainda Estou Aqui”, vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional de 2025. Neste sábado (25/10), será inaugurada a Via Maria Eunice Facciolla Paiva, em referência à ativista que se tornou símbolo da luta pela democracia no Brasil. Quatro de seus cinco filhos confirmaram presença na cerimônia: Vera, Ana Lúcia, Maria Beatriz e Marcelo Rubens Paiva, escritor que inspirou o longa dirigido por Walter Salles, estrelado por Fernanda Torres.
O escritor celebrou a homenagem: “Passei anos escrevendo e dando entrevistas sobre o meu pai e o desaparecimento dele. Agora é a vez da minha mãe. Ela se transformou em heroína numa sociedade que até pouco tempo atrás a tratava apenas como uma viúva, mas agora a reconhece — assim como reconhece outras mulheres importantes para a luta democrática”, afirmou ao Estadão. Para ele, Eunice deixou de ser vista apenas como viúva para se tornar um verdadeiro ícone de coragem e resiliência feminina.
Veja as fotosAbrir em tela cheia Eunice PaivaDivulgação: Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) Fernanda Torres como Eunice Paiva em “Ainda Estou Aqui”Reprodução: Sony Classics Fernanda Torres publicou recentemente foto agradecendo Eunice Paiva, no túmulo da ativistaReprodução: Instagram/@oficialfernandatorres Filme “Ainda Estou Aqui”Divulgação: Sony Pictures Releasing Casa onde “Ainda Estou Aqui” foi gravado foi adquirida pela prefeitura do RioDivulgação
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O sucesso de “Ainda Estou Aqui” impulsionou o reconhecimento internacional da trajetória de Eunice Paiva. O longa foi premiado no Festival de Veneza de 2024, recebendo quase dez minutos de aplausos, e a versão italiana do livro já alcançou sua 6ª edição.
Marcelo Paiva comentou ainda sobre o carinho do público italiano pela mãe: “Agora, com o filme, a Itália se apaixonou por ela. Aqui, ela é chamada de Maria Faciolla, não de Eunice Paiva”. O sobrenome vem de Polignano a Mare, cidade no sul do país onde nasceu o pai de Eunice e de onde partiram muitos imigrantes para o Brasil no fim do século XIX.
Eunice Paiva faleceu em 13 de dezembro de 2018, após lutar por 14 anos contra o Alzheimer. Viúva do ex-deputado Rubens Paiva, cassado em 1964 e desaparecido após ser preso pela ditadura militar no Rio de Janeiro, ela recebeu a certidão de óbito do marido apenas em 1996, encerrando uma das histórias mais dolorosas do período autoritário brasileiro.






