4 outubro 2024

Se Mazinho devolvesse aos cofres de Sena valores que TCE ordenou, município poderia comprar cinco caminhões compactadores de lixo

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Por Tom Lindoso, Contilnet

Em novembro de 2021, o Tribunal de Contas do Estado do Acre (TCE-AC) condenou o prefeito de Sena Madureira Mazinho Serafim à devolução solidária de mais de um milhão de reais. Em janeiro, o TCE volta a investigar o gestor; e as contas da sua gestão, referentes ao ano de 2018, foram consideradas ‘irregulares e com ilegalidades’.

Mas engana-se quem pensa que Mazinho está preocupado com isso. Quer acabar com manifestações na base da ‘ripada’, agredir membros do parlamento mirim da cidade e desferir ataques em suas redes quando se sente ameaçado.

Mazinho foi condenado pelo TCE por não comprovar despesas com a empresa contratada para recolhimento do lixo da cidade. E foi, justamente, esse o assunto que voltou à tona, com denúncias envolvendo a forma como a coleta de lixo é realizada na cidade: condições insalubres, profissionais sem máscaras, veículos sucateados e contato direto com detritos. Com as denúncias repercutindo e a população querendo respostas, Mazinho foi para as redes, e não foi para prestar esclarecimentos à população: desferiu ataques pessoais e recebeu aplausos de meia dúzia de aliados. Recuso-me a achar que a população – tratada na base da ripa – aplaude um prefeito com esse perfil.

O valor total da multa aplicada a Mazinho é de R$ 1.090.400 (um milhão noventa mil quatrocentos reais), que deveria ser pago em 30 dias, contados de 8 de outubro. O Superbid, marketplace que conecta compradores e vendedores em uma plataforma, diz que, em média, “caminhões compactadores de lixo a venda custam em média de 90 mil a 200 mil reais em estado novo”. Considerando o maior preço, Mazinho poderia comprar, com o valor condenado a devolver, cerca de 5 desses, novinhos, para a cidade.

Espero que essa seja, um dia, a preocupação do prefeito, que nem quando quer eleger-se deputado federal se mostra preocupado com a população. Enquanto isso, ficamos com as ripadas, denúncias de corrupção, acusações de agressão e polêmicas do representante do povo que adora um barraco, mas tem memória seletiva.

Esclarecendo os fatos

Vou usar esse espaço para explicar uma coisa: o ContilNet (empresa onde orgulhosamente sou editor-chefe) recebeu uma denúncia, na segunda-feira (24) sobre a situação dos garis e sua estrutura de trabalho. Isso é uma coisa. Eu, pessoalmente, tratei a denúncia, como manda a cartilha, procurei assessoria e o próprio secretário da pasta. O assessor disse que eu deveria falar com o secretário e o secretário deu calado por resposta. Mazinho não gostou e foi às redes desferir uma série de ataques pessoais à empresária Wania Pinheiro (uma das acionistas da empresa) e ainda alegando sofrer perseguição. Eu particularmente não entendi. O único momento que Mazinho foi citado nominalmente, no material, foi na fala do seu próprio assessor. Acho que o prefeito precisa de um terapeuta, para lidar com todo esse amor reprimido pela empresária Wania Pinheiro.

Engraçado

Mazinho gosta de relembrar denúncias, contanto que não envolvam seu nome. Para o leitor mais curioso, basta digitar “Mazinho Serafim + Polícia” no Google para perceber que o prefeito e nomes que compuseram seu time de governo poderiam, ao invés de investigações que envolvem outros, prestar contas à população de investigações que envolvem seus próprios nomes.

Wania Pinheiro

Já que Mazinho trouxe Wania, que não tinha nada a ver com isso, para o debate, a jornalista aceitou. “Vamos protocolar uma ação junto ao Ministério Público para saber o que o prefeito valentão fez com tantos milhões que caíram na conta da prefeitura durante esses seis anos em que ele está lá como gestor. Tanto dinheiro e não deu para comprar um caminhão de lixo, seu incompetente?”, anunciou nas redes.

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