3 outubro 2024

“Existe uma crise jurídica e política que apesar de não mencionada na mensagem governamental, não deixa de existir”, diz Edvaldo Magalhães referindo-se à Operação Ptolomeu

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O deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), destacou o silêncio do governo do estado em relação à Operação Ptolomeu na mensagem do governador Gladson Cameli (PP).

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“Sublinho a ausência completa de qualquer referência aos últimos acontecimentos. Há uma nuvem carregada pairando sobre o estado. A Operação Ptolomeu fez a crise subir as escadarias do Palácio e sentar-se na cadeira do governador. Se alojou no coração do governo. Trouxe o governo para o centro de uma crise, algo inédito na gestão pública. Causou um ambiente de desconforto jurídico e político para o governador, talvez isso explique a ausência dele na sessão”, disse Edvaldo referindo-se à falta de explicações plausíveis de Gladson Cameli em relação às acusações que pesam contra ele e que motivaram a autorização do STJ para buscas na residência do governador e de familiares dele, além do Palácio do Governo e na Casa Civil.

A operação policial resultou no afastamento e prisão da Chefe de Gabinete de Gladson Cameli, no afastamento do tio do governador, Anderson Lima da Seict; na prisão do amigo do governador, o empresário Rudilei Estrela; no congelamento de contas bancárias e na proibição da primeira dama entrar em órgãos do governo.

Desde o escândalo que ganhou as manchetes nacionais, o governador do Acre vem encontrando dificuldade para se reunir com autoridades nacionais. O Ministro da Saúde está no Acre desde ontem e manteve Gladson Cameli distante de sua agenda. O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), transferiu o encontro com o presidente Pedro Castillo do Peru, para Rondônia. O jornalista Lauro Jardim do Jornal O Globo, afirma que a transferência de local se deu porque Bolsonaro não quer ser visto com o governador do Acre “encrencado” com a justiça.

A reunião entre os dois presidentes em Porto Velho, para a assinatura de um acordo bilateral para a exportação de carnes, acontecerá nesta quinta-feira (03). A assessoria de Gladson não informou se ele participará.

“Ontem o ministro da Saúde com uma agenda mal construída deslocada do governo. O presidente Jair Bolsonaro parece evitar os encontros assim como os ministros. A crise existe e apesar de não mencionada não deixa de existir. Comento isso sem pré-julgamentos mas como cobrança de esclarecimentos. Estaremos vigilantes”, disse Edvaldo.

O parlamentar também comentou a renovação das promessas contidas nas mensagem governamental.

“A mensagem governamental veio cheia de anúncios de possibilidades para o último ano de governo. Promessas que está a dever desde o primeiro ano de governo. E aqui quero destacar um artigo do professor Orlando sabino que mostra que nos últimos três anos foi registrado o menor índice de investimento público no Acre, apesar de haver recursos. Também não vimos uma palavra sobre as 5 operações de crédito aprovadas na Aleac e que apesar da autorização não foi contratado um único real”.

Edvaldo também chamou a atenção para os cadastros de reserva: “o concurso da PM se encerra nos próximos 18 dias e o pessoal do cadastro de reserva não foi chamado”.

O governador não compareceu à sessão, em seu lugar enviou Allyson Bestene para representá-lo. A mensagem governamental é praxe.

Foto- Folha do Acre

 

 

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