27 novembro 2024

Casal americano é preso após tentar vender segredos nucleares ao Brasil

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Jonathan e Diana Toebbe foram presos após tentar vender segredos militares ao Brasil sobre a tecnologia dos reatores nucleares usados em submarinos. O engenheiro naval da Marinha dos Estados Unidos e a esposa dele ofereceram informações sobre tecnologia de reatores nucleares a autoridades militares brasileiras, que denunciaram o caso de espionagem ao adido legal do FBI no país.

Para propor o negócio, Toebbe ofereceu milhares de páginas de documentos confidenciais de Washington aos militares, não sem antes analisar os efeitos dos seus próprios atos. De acordo com a reportagem do The New York Times, que revelou o caso nessa terça-feira (15), o casal cogitou vender os segredos para Rússia ou China, mas escolheu o Brasil por não se tratar de um país hostil aos Estados Unidos.

Além disso, ainda de acordo com a reportagem, o casal sabia que o Brasil desenvolve tecnologia de submarinos nucleares desde 1978, sendo assim especularam que o país teria reservas financeiras para aplicar na compra de tais segredos nucleares.

Desenvolvimento

Segundo o NYT, quando Jonathan Toebbe enviou uma carta, em 2020, oferecendo os segredos à agência de inteligência militar brasileira, os militares entraram em contato com o governo americano.

A partir de dezembro daquele ano, um agente disfarçado do FBI passou a conversar com o militar traidor se fazendo passar por oficial brasileiro para conduzir uma falsa negociação com Toebbe. Nesse período, o militar concordou em fornecer assistência técnica ao programa de submarinos nucleares do Brasil, repassando informações confidenciais que ele havia aprendido durante anos trabalhando para a Marinha dos Estados Unidos.

O casal Toebbe foi preso em outubro e se declarou culpado das acusações de espionagem no mês passado. Ele pode pegar até 17 anos e meio de prisão; a esposa, até três anos.

Ainda segundo o jornal americano, embora o governo dos EUA quisesse divulgar para qual país o casal tentou vender os segredos, “as autoridades brasileiras insistiram que sua cooperação não fosse divulgada publicamente”. Um advogado do casal se recusou a discutir o caso antes da sentença, que deve sair em agosto.

Colaboração

Ainda de acordo com a publicação, enquanto a embaixada brasileira se recusou a comentar o episódio, um alto funcionário brasileiro disse que o país cooperou com investigadores americanos por causa da parceria das duas nações e das relações amistosas entre o serviço de inteligência do Brasil e a CIA, que podiam ter sido prejudicados caso o país comprasse os segredos e fosse flagrado.

Procurados pela reportagem, os ministérios da Justiça, da Defesa e o Itamaraty ainda não comentaram o assunto.

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