26 novembro 2024

Pimenta: Gladson não discute embargo de estrada, mas vai até Lula pedir apoio ao projeto

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A vinda do presidente Lula para Rio Branco no segundo semestre será a primeira desde a carreata do então candidato Bolsonaro às vésperas das eleições de 2018, quando instigou o eleitorado a metralhar a “petezada”. Lula era visitante frequente do Estado, onde trocou as hospedagens no Hotel Pinheiro e no Imperador Galvez pela casa do governador Jorge Viana, no condomínio Ipê. O presidente vem para celebrar os 13 anos da instalação do Instituto Federal do Acre (Ifac) uma das principais crias de seus dois governos. Atualmente, o instituto conta com seis campi, que ofertam cursos técnicos, superiores e pós-graduação. São mais de 800 servidores (técnicos e docentes) e aproximadamente sete mil alunos em Cruzeiro do Sul, Rio Branco, Sena Madureira, Tarauacá e Xapuri. Nos últimos anos, formou cerca de 10 mil profissionais. Lula vem acompanhado pelo ministro da Educação (MEC), Camilo Santana e pelo secretário de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC), Getúlio Marques Ferreira, segundo a reitora do Ifac, Rosana Cavalcante.

Porta voz

O ex-deputado federal, Sibá Machado (PT), que assumiu a vice-presidência do diretório estadual do partido no Acre, informou que está trabalhando em algumas agendas do presidente Lula nas áreas do investimento, economia e política externa. Não disse exatamente qual é a sua função e nem lhe foi perguntado, mas se assemelha à de porta-voz quando anuncia que o presidente Lula vai lançar o PAC 3 (Programa de Aceleração do Crescimento) com orçamento de R$ 500 bilhões. “Isso reflete nos interesses do Acre. São quase meio trilhão de reais e dois milhões de unidades do Minha Casa Minha Vida”, adiantou ele. Os PAC 1 e 2 foram executados entre o segundo mandato Lula e o primeiro mandato de Dilma Rousseff.

Manezinho

Sibá Machado substitui na vice-presidência do PT no Acre, o professor Manoel Lima, que abandonou o partido em abril passado sem maiores explicações. Manezinho era integrante da “petezada” raíz, com origem nos seringais, cuja família foi expulsa a tiros e fogo da colocação em que viviam, segundo contava nas rodas de conversa e conferências. Sibá Machado disse que se coloca à disposição do partido para ajudar a organizar o processo das eleições municipais. “Precisamos buscar um entendimento entre todos os grupos políticos internos do PT para ter tranquilidade no partido para enfrentar esse desafio de 2024. Então, é neste interim que eu entro, embora esteja com um pé em Brasília”, afirmou.

Desvio

O governador Gladson Cameli não desistiu do projeto da estrada ligando Cruzeiro do Sul a Pucallpa, apesar do embargo à obra pela Justiça Federal. De acordo com ele, decisão judicial não se discute, cumpre-se, mas vai apelar para o Governo Federal. “Precisa-se daquela estrada. Quando nós falamos de desenvolvimento e sustentabilidade, nós precisamos achar um meio termo. Eu estou indo à Brasília e uma das pautas será essa. Vamos tratar com o governo federal, para saber o que de fato o Executivo Federal pensa sobre esse assunto. Porque para gente não começar uma discussão e não ter recursos lá na frente, criar uma expectativa e depois não ter andamento”, disse.

Ecovia

De acordo com Gladson, o projeto proposto pelo governo estadual não afetaria o Parque Nacional da Serra do Divisor, pois teria um desvio entre os municípios de Porto Walter e Marechal Thaumaturgo, até Pucallpa. “Já temos exemplos em alguns países, onde estas rodovias são chamadas de estradas ambientais. Ela tem um formato diferente das atuais, não dá tanto impacto ambiental. O projeto não iria passar pelo Parque. Teria um desvio, mas iria aumentar o custo”, explicou. A rodovia que cortaria a Serra Nacional do Divisior é um projeto do governo de Jair Bolsonaro e do governo regional de Ucayali, tendo como principais influenciadores e entusiastas o senador Marcio Bittar (UB) e a ex-deputada federal Mara Rocha (MDB).

Contra

Os entraves ambientais que dificultam a aprovação da obra da rodovia Cruzeiro-Pucallpa são as ONGs, atualmente na mira da CPI que será relatada por Márcio Bittar (União). O senador diz ter fundadas suspeitas de que algumas destas organizações atuam contra o desenvolvimento da Amazônia atendendo a interesses do capital estrangeiro e até mesmo de dentro do Brasil. No caso do embargo da rodovia, a Justiça Federal atendeu ação civil pública impetrada pelas entidades SOS Amazônia, Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá, Comissão Pró-Índio do Acre e Conselho Nacional das Populações Extrativistas.

Ongueiros

Investigar a atuação de ONGs na Amazônia sem ouvir a ministra Marina Silva seria o mesmo que estudar matemática pulando a tabuada. Marina é um produto de ONG, assim como seu marido, Fábio Vaz; seu amigo e ex-governador Binho Marques (PT); o ex-deputado e senador Sibá Machado (PT) entre inúmeros outros expoentes da política acreana no campo da esquerda. Esta turma fundou uma das ONGs mais operantes do Acre e da região, o CTA (Centro de Trabalhadores da Amazônia). A lupa do senador Marcio Bittar também deverá alcançar o Pesacre (Grupo de Pesquisa e Extensão em Sistemas Agroflorestais do Acre), fundado pelo engenheiro Francisco Cartaxo (PT) falecido em maio de 2007, quatro meses depois de ser empossado como deputado estadual. Sua vaga foi ocupada pelo ex-presidente da Aleac, Ney Amorim.

40 anos

Se ainda estiver operando, o CTA (Centro de Trabalhadores da Amazônia) terá hoje 40 anos de atividades. De acordo com a apresentação da ONG, sua fundação se deu em 1983 para desenvolver projetos relacionados à promoção da cidadania, saúde, educação, cultura regional e direitos humanos em diversas comunidades seringueiras. “O CTA teve um papel importante na conquista do reconhecimento das Reservas Extrativistas e dos Assentamentos Agroextrativistas, garantindo o acesso dessas comunidades às suas próprias terras”, informa. Em 2010, a organização recebeu o prêmio do Governo do Estado do Acre pelos 10 anos de contribuição à Floresta local. O projeto “Design Solidário” desenvolveu uma linha de produtos artesanais utilizando sementes, cascas, troncos, folhas e cipós típicos da Amazônia. A comunidade recebeu apoio técnico de profissionais de design para criar designs mais modernos e aumentar seu potencial de vendas. O projeto também ajudou a reforçar as tradições culturais regionais.

Abin

Ao todo, a CPI das ONGs já elaborou 37 requerimentos, sendo 24 convites para depoimentos. Há também pedidos para ouvir lideranças, representantes de órgãos públicos, pesquisadores e ex-ministros de estado. Na lista apresentada pelo senador Marcio Bittar, constam os nomes de Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama; general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; Eduardo Fortunato Bim, ex-presidente do Ibama; Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente e deputado federal; Joenia Batista de Carvalho, presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e Marcelo Xavier, ex-presidente Funai. Também existem 11 requerimentos com pedidos de informação a órgãos como Abin, Funai, Ibama, Receita Federal, Controladoria-Geral da União (CGU) Tribunal de Contas da União (TCU), Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Justiça.

Crush

Viúvo recentemente, o prefeito Tião Bocalom (PP), não deu uma resposta pública à cantada que recebeu em público, ainda. Durante o Circuito Junino que a Prefeitura realizou até domingo (18) no arraial da Arena da Floresta, o flerte foi enviado pelo correio elegante, brincadeira tradicional das festas juninas, só que transmitido pelo serviço de alto-falantes. “Sou sua admiradora desde o Carnaval, quando o senhor me abraça eu vejo o céu azul”, dizia o recado, que foi aplaudido durante o evento.

ELA

A esposa de Bocalom, Elizabeth, morreu em 19 de maio de 2021, em Araguari (MG), depois de sete anos sofrendo de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), uma doença rara e neurodegenerativa progressiva. “Minha rainha Elisabeth foi uma guerreira até hoje. Até hoje, sim! Infelizmente hoje, 19/05/2021, às 19h30 ela se rendeu. Deus a buscou para perto Dele! Foram quase seis anos lutando contra a ELA – Esclerose Lateral Amiotrófica que a manteve numa UTI domiciliar desde 23/11/2015 até hoje…Fomos vencidos! Sabemos que a vontade que prevalece é a do PAI!”, escreveu Bocalom naquela ocasião.

Corredor

O presidente da Aleac, deputado Luiz Gonzaga (PSDB), se reuniu em seu gabinete com o primeiro secretário da Casa, deputado Nicolau Junior (Progressistas) e o titular da Seict, Assurbanipal Mesquita, para definir uma agenda de trabalhos em torno do projeto de integração da região com os portos do Peru pelo corredor bioceânico para alcançar o mercado da Ásia. Segundo a agenda combinada, as instituições vão se reunir com parlamentares e federações ligadas à indústria, comércio, setor do agronegócio e o Sebrae nos estados de Rondônia e Mato Grosso.

Inspeção

Destravar o processo de inspeção animal na fronteira é um dos gargalos deste processo de integração com os países vizinhos, segundo o presidente da Aleac, Luiz Gonzaga (PSDB). O deputado quer reunir forças políticas para solucionar estes gargalos históricos. “Recebemos do secretário Assurbanipal Mesquita o relatório que mapeia as dificuldades encontradas para o fortalecimento do comércio exterior. A ideia é construir politicamente as alternativas que possam ajudar o empresário que deseja exportar e importar produtos acreanos ou que queira utilizar essa rota para o Pacífico via BR-317”, destacou Gonzaga.

Intercâmbio

Outro evento debatido na reunião é o intercâmbio de empreendedores do Acre com empresários peruanos e bolivianos na Expoacre 2023 e durante a Expoalimentária Peru 2023, eventos que serão realizados em agosto e setembro, respectivamente. “Graças ao esforço do governador Gladson Cameli e às transformações no setor do agronegócio, essa é uma rota consolidada. Nosso trabalho é no sentido de aumentar o volume de exportações e importações, visando a geração de mais emprego e renda, consequentemente, o desenvolvimento tão sonhado”, acrescentou Assur Mesquita.

Estados

“A formatação desse projeto de integração regional e de relações bilaterais com Peru e Bolívia conta com ampla participação política. Debatemos a importância do corredor bioceânico durante o Encontro do Parlamento Amazônico em Rio Branco. Agora, vamos em busca de fortalecer essa ideia nos estados que também têm interesses econômicos. Acrescenta-se nesse esforço as federações e as associações”, explicou Assurbanipal Mesquita. As demandas apresentadas nas visitas técnicas realizadas no setor alfandegário durante o mês de maio serão apresentadas junto à bancada federal.

Por: Contilnet.

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