O governo do Acre foi até a Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) nesta quarta-feira (21) para apresentar o projeto de lei de inovação tecnológica que deverá ser encaminhado para votação dos deputados estaduais.
Ao explicar o projeto, o secretário de Ciência e Tecnologia, Assurbanipal Mesquita e o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Acre, Moisés Diniz, elencaram projetos inovadores que estão sendo desenvolvidos no estado.
“Temos duas startups da área da bioeconomia. Uma é do ibugaína, que o pesquisador desenvolveu aqui no Acre. Uma planta que é lá da África, usado no tratamento de ansiedade e depressão. Com um preço altíssimo. Outra é uma pesquisa de sangue de dragão. Que é um processo de cicatrização em diabéticos. Precisamos segurar essas pesquisas aqui. Dar todo suporte”, disse Ashurbanipal.
Completando a informação, Moisés Diniz disse que o projeto de pesquisa da Ibugaína, trata-se de uma planta em extinção na África. “Essa planta só tem aqui no Acre. Ele pode curar várias outras doenças da alma, inclusive vícios químicos”.
O presidente completa dizendo que apesar da importância da pesquisa, a qualquer hora o estado pode perder o projeto por falta de recursos. Por isso, a necessidade de aprovar o PL apresentado pelo governo.
O que é a Ibogaína?
É um alcalóide, do grupo indol, psicoativo e alucinógeno, e se origina das raízes de plantas arbustivas, originárias da floresta tropical de diferentes regiões do continente africano. O uso da Ibogaína é uma tradição milenar usada pelos nativos indígenas em preparações da casca, principalmente na África Centro Ocidental.
Segundo os indígenas, a Ibogaína tem altos poderes e proporciona certas experiências visuais típicas das festas comunitárias e rituais noturnos de iniciação religiosa. Porém, a partir dos anos de 1950, a planta começou a ser empregada como opção para tratamento contra algumas doenças.
Além disso, a Ibogaína já foi usada experimentalmente, em conjunto com a psicoterapia, no combate à dependência de drogas mais viciantes. Entretanto, apesar de alguns profissionais defenderem essa conduta, os benefícios dela não foram confirmados pela ciência. O que se sabe é que a planta provoca fortes alucinações e, por isso, não deve ser aplicada com finalidade terapêutica.
Quais são os efeitos da Ibogaína no cérebro?
A hipótese mais provável é que a ação dessa planta se dê nas áreas cerebrais responsáveis pela coordenação das emoções e do bem-estar. Entretanto, por ser classificada como alucinógena, seus efeitos não têm um padrão definido. Logo, o resultado do seu consumo é imprevisível, já que a pessoa passa a construir uma imagem irreal de si mesma.
Além disso, especula-se que a Ibogaína apresente um grande potencial para desregular a produção de dopamina e serotonina. Os neurotransmissores são responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar. Entretanto, ainda não é possível afirmar os riscos existentes entre as alucinações e as alterações das taxas dessas substâncias produzidas pelo cérebro.
Por ser alucinógena, a Ibogaína provoca desequilíbrios mentais muito fortes. Esses efeitos costumam surgir entre três e quatro horas após o seu consumo. Independentemente da intenção do uso, as pessoas ficam em um estado muito parecido com um sonho. Alguns usuários relataram que, às vezes, a planta desperta sensações muito estranhas.
Para outros, a experiência com a Ibogaína pode possibilitar a abertura de novos horizontes. Com isso, o usuário pode ser induzido a uma melhor reflexão sobre os efeitos das drogas no corpo e, desse modo, passa a ter consciência dos danos causados por elas.
Mas não há nenhuma garantia de que esse efeito seja alcançado por todos que utilizam a Ibogaína. Assim como acontece em rituais com chás de ervas e plantas medicinais — como a ayahuasca —, tais episódios estão mais associados a sensações espiritualizadas do que às fisiológicas, de fato.
Quais são os prós e contras do uso da Ibogaína?
Como vimos, o consumo da raiz da Ibogaína é mais utilizado por costumes e tradições milenares — em rituais indígenas e entre povos africanos. Contudo, vamos apresentar alguns pontos favoráveis e não favoráveis ao uso dela como finalidade terapêutica para o tratamento de vício.
Por: Contilnet.