Nesta terça-feira, 29, a Polícia Federal deflagrou duas operações cruciais para reprimir crimes ambientais nos Estados do Acre e Amazonas.
A primeira, denominada Operação Terra Prometida, tem como objetivo combater uma organização criminosa envolvida em desmatamento, invasão de terras públicas, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. As investigações tiveram início após denúncias de extrativistas da Floresta Estadual do Antimary, que revelaram desmatamento significativo para criação de gado e ameaças feitas pelos atuais ocupantes da Fazenda Canaã, situada em uma gleba pública federal na região amazônica de Sena Madureira, Acre. O desmatamento total atingiu 598 hectares, correspondendo a cerca de 600 campos de futebol. Combinados os danos causados pelos antigos e atuais invasores, estima-se um prejuízo ambiental de aproximadamente R$ 18 milhões.
A segunda operação, intitulada Operação Xingu, visa combater diversos crimes ambientais ocorridos no Sul do Amazonas, envolvendo um grileiro, dois pecuaristas e um técnico de georreferenciamento responsável por regularização fraudulenta de propriedades rurais junto ao INCRA e ao Cadastro Ambiental Rural. A investigação teve origem em denúncias de conflitos agrários e desmatamento para atividades pecuárias na Região do Bom Lugar, entre os Municípios de Boca do Acre e Lábrea. Essas denúncias foram confirmadas por diligências em campo e análise de imagens de satélite. A organização criminosa destruiu aproximadamente 800 hectares de mata nativa amazônica em 2022, causando um dano ambiental avaliado em mais de R$ 17 milhões, sujeitos a ressarcimento.
No total, foram cumpridos 04 mandados de prisão preventiva, 25 mandados de busca e apreensão, e 06 mandados de proibição de acesso e frequência à Floresta Estadual do Antimary. Entre os detidos, está um indivíduo condenado pelo assassinato da missionária americana DOROTHY STANG, ocorrido em 2005 no Pará, e seu filho, já procurado pela Justiça de Sena Madureira por tentativa de homicídio.
Os suspeitos enfrentarão possíveis acusações de associação criminosa, invasão de terras públicas, desmatamento, falsidade ideológica, estelionato e lavagem de dinheiro, entre outros crimes acessórios, cujas penas acumuladas podem ultrapassar 20 anos de prisão, em virtude dos eventos apurados nas operações.