Durante esta ultima segunda-feira, 25 de setembro, pelo menos duas cidades do estado do Acre, Acrelândia e Cruzeiro do Sul, registraram níveis muito altos de concentração de poluentes no ar, de acordo com dados da Rede de Monitoramento encabeçada pelo Ministério Público do Acre em conjunto com outras instituições. Esses níveis excederam consideravelmente as recomendações mínimas estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Em Cruzeiro do Sul, por volta das 21h, o índice de partículas finas PM2.5, um dos poluentes monitorados, estava acima de 60 µg/m³ (microgramas por metro cúbico de ar) para o período das últimas 24 horas. Já em Acrelândia, esse dado superava 70 µg/m³ no mesmo horário. Além dessas cidades, outras, como Brasiléia e Rio Branco, também apresentavam níveis elevados de poluição atmosférica.
A situação em Brasiléia e Epitaciolândia foi agravada por um grande incêndio ocorrido na cidade boliviana de Cobija durante a tarde, conforme reportado pelo jornal O Alto Acre, o que resultou em uma extensa nuvem de fumaça. Essas três cidades fronteiriças, que já estavam lidando com dificuldades devido à presença de fumaça, viram os efeitos da poluição se intensificarem.
Os níveis de concentração de fumaça registrados em Acrelândia e Cruzeiro do Sul, ultrapassando os 60 µg/m³, indicam que todas as pessoas podem começar a ter impactos na saúde após uma exposição contínua de 24 horas. Grupos sensíveis podem enfrentar efeitos mais graves diante das condições registradas nesses dois municípios.
De acordo com as mais recentes diretrizes de qualidade do ar da OMS, a concentração segura de material particulado no ar deve ser igual ou inferior a 5 μg/m³ ao longo de um ano e de 15 μg/m³ para um período de 24 horas. Com base nisso, os valores observados na noite desta segunda-feira estão consideravelmente acima do limite máximo tolerado pela OMS.
FOCOS DE QUEIMADAS
Em relação às queimadas, nos últimos 48 horas, foram detectados 302 focos de calor no Acre pelo satélite de referência do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). No acumulado do ano, o estado registrou 4.280 focos de queimadas, o que representa uma redução de 52% em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando foram registrados 9.053 focos. Ainda assim, a preocupação com os incêndios persiste dada a qualidade do ar e os impactos na saúde da população.