A Delegacia de Crimes Raciais e de Delitos de Intolerância (Decradi) indiciou nesta segunda-feira (13) as influenciadoras Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves por racismo, após o polêmico episódio em que deram uma banana e um macaco de pelúcia para duas crianças negras. O caso, denunciado pela advogada Fayda Belo, especialista em direito antidiscriminatório, destaca o “racismo recreativo” presente no vídeo, onde a discriminação é usada com intuito de diversão.
As gravações, divulgadas em maio deste ano, mostram Kérollen e Nancy interagindo com crianças nas ruas do Rio de Janeiro, oferecendo presentes que, ao serem abertos, revelam uma banana e um macaco de pelúcia. Em resposta ao ocorrido, a juíza Juliana Cardoso Monteiro de Barros, da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Comarca de São Gonçalo, bloqueou as redes sociais das influenciadoras.
O vídeo, que foi removido, gerou indignação nas redes sociais. Em uma das cenas, um menino negro recebe a banana e expressa descontentamento, enquanto em outra, uma menina recebe o macaco de pelúcia, aparentemente feliz.
A g1 tentou contato com a defesa das influenciadoras, que, atualmente, estão com suas redes sociais bloqueadas por decisão judicial. Em junho, a juíza determinou o bloqueio das contas por seis meses, proibindo também a criação de novos perfis nas plataformas digitais. O descumprimento da ordem pode resultar em multas diárias de R$ 5 mil.
Além do indiciamento por racismo, as influenciadoras são alvo de investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro para apurar possíveis infrações ao Estatuto da Criança e do Adolescente, relacionadas a vídeos que expõem crianças, adolescentes e idosos a situações vexatórias e degradantes.