28 março 2024

Pai ajuda no parto da primeira filha que nasceu prematura em casa no AC: ‘experiência incrível’

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Além da emoção de ser pai pela primeira vez, o videomaker Eduardo Fragoso, de 31 anos, teve a experiência de ajudar no parto da filha Helena na última terça-feira (20), que adiantou sua chegada que estava marcada para o próximo mês em Rio Branco.

Pegos de surpresa, ele a mulher, Priscila Cristina, de 27 anos, tiveram a experiência de ter a filha em casa em um parto 100% natural.

Apesar do susto, os dois se saíram bem e contam como foi a experiência de se tornarem pais com um parto prematuro feito por eles mesmos na casa onde moram.

Na noite de segunda (19), os dois saíram para jantar e Priscila, ao chegar em casa, se sentia extremamente cansada e com um leve incômodo. Mas, como estava com oito meses de gestação, disse que não pensou que estava em trabalho de parto.

Ela resolveu deitar um pouco, mas acordou algumas vezes na madrugada sentindo contrações e algumas cólicas.

“Jantamos e quando voltei pra casa estava extremamente cansada e me sentindo incomodada com a barriga mais baixa. Tentei dormir, acordei com um pouco de líquido na minha bermuda, mas foi tão pouco que não identifiquei que seria o líquido amniótico. Não estourou a bolsa, não saiu tampão, nada disso. Só que comecei a sentir muita cólica e contrações que iam aumentando progressivamente”, conta Priscila.

Mesmo assim, ela disse que não acreditava ser trabalho de parto porque ainda não estava na hora. Além disso, o casal fez cursos e se preparou para o parto, então Priscila conta que inicialmente pensava que seriam as contrações comuns, já que estava a um mês de ganhar o bebê.

“Quando deu umas 3h30 eu vomitei, o Eduardo levantou e eu disse pra ele que tava com dor. Ele começou a me auxiliar na minha dor, mas ainda assim pensava que eram as contrações de treinamento, mas eu já estava em trabalho de parto real”, conta.

Priscila disse que as dores foram aumentando e perto das 4h ficaram mais latentes. O intervalo entre uma contração e outra também foi diminuindo.

Os dois tentaram ir pro carro para seguirem para a maternidade, mas ela não aguentava mais ficar sentada e foi aí que decidiu ir pra cama esperando que as contrações acalmassem e ela conseguisse sair de casa.

“Fui pra cama, fiquei em uma posição confortável, a cabeça dela [da bebê] já coroava, então ela saiu na terceira contração mais forte. Foi muito rápido. Ali a gente já pegou ela nos braços, fomos falando com ela para reconhecer nossa voz até que o Samu [Serviço Móvel de Urgência] chegasse”.

‘Experiência incrível’

Mesmo sendo pai de primeira viagem, Eduardo conseguiu se manter calmo e dar apoio à mulher. Ele ajudava nas massagens e também esquentava água para auxiliar nas dores.

“Assim que a neném nasceu, já segurei ela nos braços e cortei o cordão umbilical. Tivemos que ir para o hospital para que ela tivesse o apoio médico por ser prematura, mas é esperta e cheia de saúde. Foi uma experiência muito incrível”, recorda-se Eduardo.

 

A neném recebeu o nome de Helena, que significa raio de luz, iluminada. Ela e a mãe devem permanecer ainda por alguns dias no hospital, entre oito a nove dias, porque ela precisa tomar algumas medicações e se fortalecer, já que é prematura.

Mas, os pais contam a história animados e até dizem que, mesmo sendo surpresa, o plano inicial sempre foi ter Helena por meio de um parto humanizado.

“Era um sonho ter nossa filha em casa. A gente tentou planejar isso anteriormente logo no início da gravide, porque a gente queria um parto humanizado, mas, tentamos parteira e não nos identificamos com nenhuma e contratar uma equipe obstétrica sairia muito caro, não teríamos condições de pagar. Então, o destino nos pregou essa peça, essa surpresa maravilhosa de poder ter nossa filha em casa sem nenhuma intervenção neste primeiro momento”, conta.

Além do marido, Priscila contou com a ajuda de uma amiga que chegou na casa alguns minutos antes da bebê nascer. A fotógrafa que havia sido contratada para registrar o parto no hospital também foi chamada às pressas. Quando ela chegou, Helena já estava nos braços dos pais, mas ela ainda fotografou esse primeiro contato.

Priscila conta que a tranquilidade do parceiro foi crucial para que o momento fosse o mais natural e acolhedor possível.

“A gente se preparou psicologicamente e teoricamente pra isso, ´claro que na prática é diferente, mas foi melhor do que a gente imaginava. Os dois [o marido e a amiga] foram meu apoio, me deixaram tranquila.”

Por Tácita Muniz, g1acre

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