A Justiça do Acre condenou a quase 30 anos de prisão em regime inicial fechado Manoela Moura da Silva, de 23, pela morte de uma adolescente de 12 anos, assassinada a facadas em março de 2018. O corpo da menor foi encontrado por uma moradora da Estrada do Mutum, Rodovia AC-10, em Rio Branco.
A ré não pode recorrer da sentença em liberdade. Manoela foi condenada por homicídio quadruplamente qualificado (meio cruel, mediante promessa de recompensa, motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima), corrupção de menores e integrar organização criminosa.
Na época, a Polícia Civil informou que a adolescente se prostituía, e investigava se ela era explorada sexualmente. Manoela era amiga da vítima e foi quem mandou matar a menor. Ela foi presa e seu cunhado, de 17 anos, apreendido. O adolescente foi apontado com o executor da vítima.
Os familiares de jovem contaram ao G1, na época do crime, que a menina passou a morar na casa da amiga após a prisão da mãe, por tráfico de drogas. A menina morava em Xapuri, no interior do Acre, e teria passado a se prostituir, de acordo com a polícia, após se mudar para a capital acreana.
A Promotoria de Justiça Cumulativa do Bujari do Ministério Público do Acre (MP-AC) participou do júri popular de Manoela e pediu a condenação da ré. Segundo a promotoria, a acusada prometeu pagar R$ 500 mil para o cunhado para matar a menina.
Para a atrair a menor, o adolescente a teria chamado para ter relações sexuais, de acordo com a investigação policial. Ao chegar no local combinado, o jovem desferiu alguns golpes de faca na vítima e a deixou caída no chão.
O G1 não conseguiu contato com a defesa de Manoela até a última atualização desta reportagem.
Desavenças entre ambas teria motivado o crime
O delegado Rafael Pimentel, que conduziu as investigações na época do crime, contou que a motivação do crime seriam algumas desavenças entre Manoela e a menor morta.
“Por causa dessas desavenças, pediu para o cunhado matar a vítima. Na verdade, ela inventou uma falsa motivação para o cunhado. Disse que era uma ordem de uma facção, mas os motivos eram as desavenças que ela tinha com a vítima. Moravam juntas e tinham essas desavenças por conta disso”, explicou Pimentel.
Além das desavenças, a Justiça descobriu que Manoela acreditava que a adolescente passava informações para uma facção rival, o que também teria motivado o crime.
Por G1 AC