29 março 2024

Bares e restaurantes devem ser os mais prejudicados com toque de recolher no AC, alerta associação

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Após o governador Gladson Cameli anunciar que estado vai adotar toque de recolher a partir da próxima semana, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes Seccional Acre (Abrasel-AC) lamenta a medida e afirma que o setor de bares e restaurantes é o mais prejudicado.

O anúncio do toque de recolher foi feito nessa sexta-feira (22) durante a coletiva do Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19 que reclassificou as regionais do Alto Acre e Baixo Acre e Purus para as faixas vermelha e laranja, respectivamente. A regional do Juruá/Tarauacá permaneceu na fase amarela, que é de atenção. Presente na reunião, o governador anunciou a medida e também o cancelamento do carnaval.

Cameli informou sobre a publicação de um decreto de restrição de circulação, que prevê toque de recolher das 22 horas às 6 horas. A medida vale para todas as regionais, independente da faixa em que estão. A previsão é que o decreto seja publicado na próxima segunda-feira (25).

“Estou determinando o toque de recolher das 22h às 6h. Nós não queremos aqui, de forma alguma, prejudicar ninguém. Não quero que achem que isso é retaliação. Isso é para alertar o povo que a Covid não passou e que as pessoas têm que nos ajudar”, disse.

Mesmo com alguns empresários pensando em alternativas como abrir os estabelecimentos mais cedo, o presidente da Abrasel, Paulo Brum , afirma que o setor será o mais prejudicado.

“Mais uma vez o nosso setor será o mais prejudicado com esse toque de recolher, pois o comércio em geral não está mais aberto. Sabemos que esse aumento no número de casos não é culpa dos restaurantes, como ficou evidente na campanha política e, agora, com as festas de final de ano”, criticou.

Brum diz que com o toque de recolher, a maioria dos restaurantes já vão ter que impedir a entrada do cliente por volta das 21h30.

“Pois não dará tempo de sentar, pedir, preparar a comida, comer confortavelmente e sair até as 22 horas. Então, nos restou pouco mais de 3 horas para trabalharmos. A partir desse horário também cai o delivery, as pessoas já pediram sua comida, então, não é o que vai salvar”, acrescentou.

O presidente afirmou que muitos do setor estão falando em abrir uma hora antes. “Mas, sabemos que aqui as pessoas saem mais tarde. Esperamos que os clientes nos ajudem nesse momento com muita compreensão para que cheguem mais cedo e possam aproveitar a noite”, concluiu.

Covid-19 no Acre

O Acre registra mais de 45,9 mil infectados pela Covid-19, conforme dados do boletim da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre). O número de mortes chegou 846 na sexta-feira (22) no estado acreano.

No ano passado, o setor passou mais de cinco meses fechado. Só no dia 5 de agosto, os bares e restaurantes voltaram a abrir as portas.

Depois disso, eles entraram em negociação com o governo para que não voltassem a ser impostas as mesmas medidas do início da pandemia.

Em novembro de 2020, o governo flexibilizou a resolução do Pacto Acre sem Covid, publicada em julho daquele ano, que estipulava quais atividades comerciais eram autorizadas a funcionar em cada nível de risco, e eles não seriam mais obrigados a fechar as portas durante a faixa laranja, na qual Rio Branco e os demais municípios do Baixo Acre se encontram.

Com a mudança de Rio Branco para a faixa laranja na avaliação do Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19 divulgada nessa sexta, nenhum estabelecimento deve ser fechado, porém a maior mudança que deve ser sentida é na redução da capacidade de atendimento ao público que fica em 30%. Porém, a preocupação é com o toque de recolher, já que este setor funciona no período noturno.

Por Alcinete Gadelha, G1 AC

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