29 março 2024

Popularidade de Bolsonaro cai entre os mais ricos e escolarizados

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Correio Braziliense

Com planos de reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem visto sua popularidade em queda. As pesquisas de intenções de voto apontam que o chefe do Executivo tem perdido apoio de grupos que foram importantes para a vitória dele no pleito de 2018. Entre as principais queixas dos entrevistados, estão a alta da inflação — que fechou 2021 em 10,06%, maior nível desde 2015, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) — e a condução da pandemia, que levou à morte mais de 620 mil pessoas.

A pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta semana, mostrou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança com 45%, contra 23% de Bolsonaro. Entre os entrevistados com maior renda (acima de cinco salários mínimos), a avaliação negativa do atual governo cresceu 8%, desde a edição anterior do levantamento, em dezembro. Antes, 44% desse público desaprovava a gestão do presidente, ante 52% em janeiro de 2022.

De acordo com a pesquisa, a alta da inflação é o fator que rende a maior desaprovação a Bolsonaro, com 80% de rejeição dos entrevistados. Apenas 18% aprovam o jeito como o presidente está lidando com o problema — 2% não souberam ou não responderam.

Analista da Consultoria de Risco Político Dharma Politics, Raquel Borsoi observou que a queda de popularidade de Bolsonaro se deve, principalmente, à má gestão da economia em meio à covid-19. “Quando pensamos no que realmente pesa para que o eleitor decida o seu voto, a variável de destaque apontada pela própria pesquisa Genial/Quaest é a economia. Na consultoria, temos uma máxima: ‘Geladeira cheia, voto no governo; geladeira vazia, voto na oposição'”, afirmou.

Para Carolina Botelho, cientista política do Iespe, a recuperação da economia é o que poderia dar uma chance de reeleição ao presidente, o que, segundo ela, parece improvável. “A economia é um fator que poderia reverter a condição dele, mas não vem dando sinais de recuperação, pelo menos com o fôlego necessário para uma reeleição. Estamos com índices de inflação e desemprego altos, o poder de compra menor, cesta básica encarecida.”

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