24 abril 2024

Novo rei zulu é reconhecido na África do Sul; coroação é a primeira em mais de 50 anos

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Mulheres em trajes coloridos e homens vestidos como guerreiros se reuniram em um estádio da cidade de Durban neste sábado (29) para comemorar o reconhecimento, pelo presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, ao rei dos zulus.

Imagem da cerimônia de celebração do rei zulu em Durban, na África do Sul, em 29 de outubro de 2022 — Foto: Rogan Ward/Reuters

Imagem da cerimônia de celebração do rei zulu em Durban, na África do Sul, em 29 de outubro de 2022 — Foto: Rogan Ward/Reuters

Misuzulu Zulu, de 48 anos, sucedeu seu pai, Goodwill Zwelithini, que morreu em março de 2021 após um reinado que atravessou o apartheid e a transição para a democracia.

Ramaphosa entregou o certificado oficial de reconhecimento do novo rei da monarquia tradicional mais rica e influente do país.

Esta “coroação” – termo amplamente usado no país – será a primeira em mais de meio século e ocorrerá após um ano de disputas sucessórias dentro da família real.

Todas as televisões sul-africanas transmitem ao vivo as chegadas dos carros oficiais e as danças dos guerreiros “amaButho” descalços, armados com lanças e escudos, imitando a guerra.

11 milhões de zulus

 

O rei anterior, Goodwill Zwelithini, era uma figura respeitada, e sua morte abalou o país. Ele foi coroado em 1968, aos 20 anos.

O novo rei, Misuzulu (“aquele que fortalece o povo zulu”), é filho da relação entre o falecido rei e sua terceira esposa, que era sua favorita, descrita como uma “grande rainha”.

Mulher com roupas típicas do povo zulu na coroação do novo rei, em Durban, na África do Sul, em 29 de outubro de 2022 — Foto:  AP

Mulher com roupas típicas do povo zulu na coroação do novo rei, em Durban, na África do Sul, em 29 de outubro de 2022 — Foto: AP

A primeira esposa de Goodwill contestou a sucessão na Justiça, mas o tribunal negou o recurso.

O título de rei não confere poder Executivo, mas o monarca exerce grande influência moral sobre mais de 11 milhões de zulus, que representam quase um quinto da população sul-africana.

Na democracia de onze línguas oficiais, os soberanos e chefes tradicionais são reconhecidos pela Constituição.

Entre as milhares de pessoas reunidas no estádio Moses Mabhida em Durban, a terceira cidade do país no Oceano Índico, estava Mswati III, o monarca absoluto de Eswatini, que é tio do novo rei zulu.

A fama do povo zulu baseia-se originalmente nas façanhas de Chaka, um guerreiro implacável e criador de um exército que, gerações depois, no final do século XIX, venceu uma sangrenta batalha contra o Império Britânico.

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