O deputado estadual Arthur do Val (SP) tem sido aconselhado por dirigentes nacionais do Podemos a pedir a sua desfiliação do partido nesta segunda-feira (7). A expectativa é de que o parlamentar faça um pronunciamento, na Assembleia Legislativa de São Paulo, para anunciar se sairá ou seguirá na legenda.
Segundo relatos feitos à CNN Brasil, lideranças do partido conversaram com o parlamentar no final de semana e relataram que a chance de ele ser expulso da sigla em um procedimento disciplinar é grande. E que, por isso, um pedido de saída feito pelo próprio deputado estadual seria uma solução menos traumática e mais conciliadora.
No final de semana, lideranças nacionais da legenda enviaram mensagens à presidente nacional da sigla, Renata Abreu, pedindo uma decisão rápida que blinde a candidatura presidencial do ex-juiz federal Sergio Moro. O partido anunciou na sexta-feira (4) a abertura de um procedimento disciplinar para avaliar as declarações do parlamentar. Para lideranças da legenda, contudo, postergar a decisão só prolonga a crise política enfrentada pelo partido. A defesa de uma decisão rápida é compartilhada por integrantes do partido que articulam a candidatura de Moro. Para eles, uma expulsão deveria ter acontecido já no final de semana, para evitar que o episódio aprofunde a munição eleitoral contra o presidenciável.
A repercussão negativa das declarações do parlamentar aumentou uma avaliação interna no partido de que foi um equívoco a aliança do presidenciável com o MBL (Movimento Brasil Livre).No sábado (5), Arthur do Val – conhecido pelo canal de YouTube Mamãe Falei – se desculpou sobre o conteúdo dos áudios atribuídos a ele, nos quais diz que as refugiadas ucranianas “são fáceis porque são pobres”. Ele foi para a Ucrânia no início da semana para, segundo ele, “ir, ‘in loco’, ver o que está acontecendo” durante a invasão do país pelas forças russas, lideradas pelo presidente Vladimir Putin. “Lamento profundamente e repudio veementemente as graves declarações do deputado Arthur do Val divulgadas pela imprensa. O tratamento dispensado às mulheres ucranianas refugiadas e às policiais do país é inaceitável em qualquer contexto. As declarações são incompatíveis com qualquer homem público”, disse Moro.
Procurado pela CNN Brasil, o gabinete do deputado estadual ainda não respondeu à reportagem.