A adolescente Maria Eduarda de Souza Noé, de 16 anos, morreu após sofrer uma descarga elétrica, na terça-feira (6), no ramal do Acará, bairro Lago Azul, Zona Norte de Manaus. Em entrevista à Rede Amazônica, o tio que estava com a vítima no momento do acidente contou os detalhes da tragédia.
A jovem completaria 17 anos nesta quarta-feira (7). Ela estava na garupa de uma motocicleta quando o veículo encostou em um fio de alta tensão desencapado. Familiares da vítima afirmaram que tinham acionado a concessionária Amazonas Energia desde às 19h de segunda-feira (5), mas a empresa só enviou uma equipe após a morte da garota.
Em nota, a concessionária lamentou o ocorrido, e informou que tomou as providências necessárias para entrar em contato com os familiares da vítima, e dar o suporte necessário. A Amazonas Energia disse, ainda, que já tomou as medidas para a recomposição do sistema (leia a nota completa, ao final).
De acordo com o tio da adolescente, Elsatino Torquato, o acidente ocorreu quando ele estava indo deixar Maria Eduarda na casa da mãe.
“Meus pais foram passar o feriado no sítio onde eu trabalho, e ela veio com eles. Quando foi segunda à noite, faltou energia, e achei que tivesse afetado o ramal inteiro, mas não. Liguei pra concessionária, eles falaram que ia mandar equipe, mas não mandaram. Já na manhã, sai com a Eduarda de moto para levá-la à casa da mãe dela”, relembrou Torquato.
Elsatino conta que o acidente ocorreu a cerca de 300 metros da entrada do sítio, quando ele tentava desviar de uma árvore que estava caída na pista.
“Quando saímos da entrada do sítio, desviei de um açaizeiro que estava atravessado na pista, e foi quando percebi que um fio elétrico havia entrado debaixo da minha moto. Daí pedi pra ela pular, ela tentou saltar, mas aí sofremos a descarga, e caímos da moto”, contou.
O tio da adolescente foi jogado para o lado esquerdo, enquanto a jovem caiu para o mesmo lado onde estava o fio elétrico. Elsatino relatou que tentou ajudar a sobrinha, mas não teve sucesso.
“No desespero, eu tentei socorrê-la, tentei puxá-la, mas sofri uma descarga e cai pra trás. Então, fui chamar meu pai, ele estava com uma bota porque estava se preparando para roçar, e conseguimos tirá-la do local com uma mangueira”, concluiu o tio da vítima.
A menina foi retirada da moto sem vida.
O veículo ficou destruído, o que demonstra a intensidade da descarga elétrica.
O corpo da adolescente será enterrado, nesta quarta (7), no Cemitério Nossa Senhora de Aparecida, na Zona Oeste de Manaus.
Família responsabiliza concessionária
Familiares de Maria Eduarda também acusam a empresa Amazonas Energia de demorar a solucionar o problema. Eles afirmam que entraram em contato com a empresa na segunda-feira (5), à noite, e na manhã de terça (6), horas antes da morte de Maria Eduarda.
“Era pra eles da hora que ligasse terem mandado as pessoas consertarem e não mandaram. O que eu peço é que eles tomem mais providência, a empresa preste mais atenção (…). Se eles tivessem ido antes, solucionar o problema, talvez isso não teria acontecido com a Maria Eduarda”, disse Eronildes Torquato, tia da vítima.
A família da adolescente disse que ainda não recebeu nenhuma assistência da concessionária.
Em nota, a empresa afirmou ter tomado providências para contato com os familiares.
Confira, na íntegra, a nota da empresa Amazonas Energia:
A Amazonas Energia lamenta o acidente ocorrido na manhã desta terça-feira, 06/09. Por volta de 09:30h, tomamos conhecimento do acidente envolvendo vítima fatal no Ramal do Acarazinho.
A ocorrência relacionada ao acidente foi registrada às 08:53h do dia. Prontamente, foi encaminhado ao local um supervisor e uma equipe emergencial, onde se constatou uma rede de média tensão monofásica partida, provavelmente, ocasionada por queda de vegetação na rede. Mais detalhes sobre esta investigação serão divulgados assim que finalizados os trabalhos por esta concessionária.
A Amazonas Energia de imediato tomou as providências para contato com os familiares das vítimas para o suporte necessário. Nossos canais de imprensa e atendimento também estão abertos para recebimento de mais informações sobre o ocorrido, de forma a contribuir com as apurações. Informamos também que a empresa já tomou as medidas para a recomposição do sistema.
*Colaborou Guilherme Fragas, da Rede Amazônica.