26 abril 2024

‘Dormi e acordei sem um filho. Isso acabou com a minha vida, com a vida do pai dele’, diz mãe de jovem morto por policial federal em boate

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Sobre o Victor, o delegado disse que a única ocorrência que ouviram dele foi uma outra discussão em que ele se apresentou como policial federal e ameaçou puxar a arma, mas nada além disso. Não foi feito exame para verificar a quantidade de álcool consumida pelo Victor, mas os policiais consultaram a equipe do estabelecimento, que informou que não serviram bebida ao policial.

De acordo com o delegado, o Rafael estava em uma das mesas com um grupo (Marcos, Melcione, e outros). “Quando ocorreram os disparos, o Rafael teria ido em direção à briga. Ele se aproximou, atrás do Melcione, de frente para Victor, que estava deitado. Pelo ângulo que o Rafael foi atingido, ele estava muito próximo da briga. Pela investigação, o delegado acredita que o Rafael não poderia ser essa terceira pessoa.”

Segundo o delegado, a perícia determinou a trajetória dos disparos, a quantidade e intervalo de tempo. O primeiro atingiu o próprio Victor, o segundo o Melcione. Rodrigo Noll destacou ainda que poderia ser uma técnica policial, de dois disparos em curto intervalo de tempo para cessar uma agressão. “Uma segunda sequência de disparos mudou de direção. O terceiro disparo, pela forma que atingiu o Melcione no braço, ele estaria em posição para dar um soco no Victor. O quarto disparo passou por cima do ombro do Melcione, e atingiu o Rafael na barriga.”

Terceira testemunha de acusação a ser ouvida é o delegado Rodrigo Noll, que presidiu o inquérito do caso na época. Em depoimento, ele disse que fizeram oitivas e a reconstituição e foi concluído que uma discussão se iniciou na pista. De acordo com testemunhas, três pessoas teriam agredido o Victor, entre elas, Melcione.

A mãe disse que os amigos contaram que estavam no camarote, mas o Rafael ia embora mais cedo e desceu, momento em que foi atingido pelo tiro. “No primeiro momento, foi muito doloroso porque meu filho foi acusado de ter agredido o Victor. Eu fui procurar saber, fui ao IML e perguntei se o tiro tinha sido à queima-roupa. Disseram que não, foi mais de um metro de distância. Quando eu vi o Victor, ele não tinha marcas no rosto. Disseram que o Rafael tinha batido no Victor. Meu filho nunca chegou perto dele.”

A mãe disse ainda que a morte de Rafael mudou a vida de todos da família.

“Eu dormi e acordei sem um filho. Isso acabou com a minha vida, com a vida do pai dele. Tive que contar pra minha mãe que o neto dela foi assassinado. Ela quase morreu, porque já é idosa. Hoje eu me acho mais forte, vou até o fim pelo meu filho.”

O policial federal Victor Campelo acompanhou a sessão e deve ser o último a ser ouvido.

Por G1/Ac

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