26 julho 2024

Acre: Desafios da pobreza multidimensional entre crianças e adolescentes

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Um recente relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revelou que 83,9% das crianças e adolescentes no Acre vivem em situação de pobreza multidimensional. Apesar disso representar uma ligeira melhoria em comparação a 2019, quando o índice era de 84,9%, a situação continua preocupante.

O Acre ocupa o quarto lugar entre os sete estados da região Norte do Brasil no que diz respeito ao percentual de crianças com algum tipo de privação. Foram analisados seis quesitos: educação, informação, moradia, água, saneamento e renda. O estado se destaca negativamente em quatro desses quesitos, apresentando altos percentuais de privação.

Na dimensão educacional, 16,28% das crianças têm acesso limitado à escola, seja por atraso no ciclo educacional ou analfabetismo. Adicionalmente, 4,92% delas não frequentam a escola. No quesito informação, 12,04% não tiveram acesso à internet em casa no último ano e possuíam apenas televisão, enquanto 2,38% não tinham acesso à internet nem possuíam televisão em casa.

A questão da moradia também é crítica, com 17,21% das crianças vivendo em condições inadequadas, seja por compartilhamento de dormitório com mais de quatro pessoas ou moradia com paredes e teto inadequados. No acesso à água potável, 11,72% das crianças não têm água canalizada em casa.

O saneamento é um dos aspectos mais problemáticos, com 29,81% das crianças vivendo em casas sem banheiro ou com valas a céu aberto. Além disso, 19,20% das famílias têm renda abaixo da linha da pobreza monetária extrema, o que representa uma dificuldade adicional para garantir uma alimentação adequada.

A pobreza infantil é uma questão multidimensional que vai além da renda, abrangendo educação, moradia, água, saneamento e informação. A urgência de políticas coordenadas em nível nacional, estadual e municipal é enfatizada para reverter este quadro alarmante, especialmente na dimensão da educação, onde a taxa de analfabetismo entre crianças de 7 anos dobrou de 2019 a 2022.

O relatório destaca a necessidade de garantir que cada criança e adolescente tenha acesso pleno a seus direitos básicos e propõe ações urgentes para abordar essa situação crítica de pobreza multidimensional no Acre e em todo o Brasil.

 

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