No ano de 2022, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), uma organização não governamental (ONG) ligada à política acreana Marina Silva, que atualmente ocupa o cargo de Ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, recebeu um total de R$ 35 milhões provenientes do Fundo Amazônia. Desses recursos, aproximadamente R$ 24 milhões foram utilizados em despesas relacionadas a consultorias, viagens e a folha de pagamento, conforme revelado por documentos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs.
De acordo com informações da Revista Oeste, André Guimarães, diretor-executivo do Ipam, defendeu a atuação da ONG, ressaltando que ao longo do tempo o instituto produziu mais de 1,2 mil artigos científicos de alta qualidade, publicados em revistas renomadas em todo o mundo. Ele destacou que esse material representa uma valiosa biblioteca de dados sobre a Amazônia, disponibilizada gratuitamente para o público global, e que essa produção já influenciou políticas públicas ao abordar os riscos e os caminhos para a região.
A CPI das ONGs, no entanto, lançou questionamentos sobre a atuação de Marina Silva, levantando suspeitas de que ela estaria favorecendo ONGs ao facilitar a distribuição de recursos provenientes do Fundo Amazônia para essas organizações. O senador Marcio Bittar, relator da CPI e representante da União Brasil-AC, afirmou que a relação entre as ONGs e membros do governo Lula, incluindo Marina Silva, é descrita como “promíscua”.
Neste contexto, a CPI das ONGs planeja uma visita ao Acre, onde membros da comissão, liderados pelo senador Marcio Bittar, têm uma série de agendas marcadas no Alto Acre. A principal pauta da visita é a realização de conversas com os moradores da Reserva Extrativista Chico Mendes, e o grupo tem planos de viajar para a região para conhecer o local no dia seguinte à sua chegada.
O Fundo Amazônia foi inicialmente proposto pelo governo brasileiro durante a Conferência Mundial do Clima, COP-12, em 2006. O objetivo principal deste programa é obter contribuições voluntárias, ou seja, doações, para apoiar a prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, bem como a conservação e o uso sustentável da Amazônia Legal.