O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou que recebeu ordem para avaliar o valor de um relógio Rolex e outras joias que faziam parte de kit recebido de presente da Arábia Saudita. Em delação, ele afirmou que o então mandatário fez uma “determinação” e ainda deu uma autorização para vender os itens. A informação é do Blog da Andréia Sadi no g1.
A versão de Cid contradiz declaração de Bolsonaro, que alegou que seu ajudante de ordens tinha “autonomia” e que não mandou “ninguém vender nada”. A Polícia Federal já suspeitava que os itens foram vendidos após ordem do ex-presidente, que teria recebido o valor em dinheiro vivo para evitar rastros.
O ex-ajudante de ordens ainda relatou que Bolsonaro estava reclamando de ter que pagar uma condenação judicial em processo movido pela deputada Maria do Rosário (PT-RS), além de gastos com a mudança e o transporte do acervo de presentes recebidos e multas de trânsito por não usar capacete em motociatas. Na ocasião, que ocorreu no início de 2022, ele perguntou a Cid quais presentes de valor havia recebido de países no exterior.
Após o pedido de Bolsonaro, segundo Cid, ele pediu ao Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH), órgão que administra o acervo presidencial, uma lista dos relógios que o então presidente havia recebido de presente.
Na ocasião, ele disse ao então chefe que o item mais fácil de ser vendido era um Rolex de ouro branco dado pela Arábia Saudita em 2019, durante viagem oficial. Cid ainda relata que “recebeu determinação do presidente” para levantar o valor do item e vender o restante das joias que faziam parte do kit.
No acordo de delação premiada firmado pela PF e homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Cid aponta Bolsonaro como mandante dos crimes investigados no inquérito: peculato e lavagem de dinheiro.
Via DCM