A seca severa que ainda assola o Amazonas resultou em 208.739 casos de doenças diarreicas até outubro deste ano, de acordo com a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP). A ingestão de água de baixa qualidade é apontada como uma das principais causas dessas enfermidades.
A estiagem deixou diversas comunidades isoladas e sem acesso a água potável, levando os moradores a cavar poços na terra seca na tentativa de encontrar fontes seguras de água. A falta de tratamento adequado da água expôs os habitantes a fungos, protozoários e vírus, contribuindo para o aumento dos casos de doenças diarreicas.
Segundo a FVS, em outubro de 2022, foram registrados 19.155 casos, enquanto no mesmo período de 2023, houve um aumento de 28%, com 24.462 registros. Este mês foi particularmente severo durante a seca.
Embora o número parcial até outubro de 2023 não tenha superado o total de 2022 (232.103 casos), o aumento representa uma preocupação devido às condições adversas enfrentadas pela população em meio à seca.
Alexsandro Melo, chefe do Departamento de Vigilância Epidemiológica (DVE) da FVS-RCP, explicou que a ingestão de água de baixa qualidade ou imprópria devido à escassez de água contribuiu para o aumento dos casos de diarreia no estado.
A FVS-RCP, em colaboração com o Governo do Amazonas, tem enviado fontes, purificadores e estações de tratamento para áreas afetadas pela escassez de água. Além disso, houve distribuição de hipoclorito de sódio para purificação da água, buscando mitigar os impactos da seca na saúde da população.