A Precisa Medicamentos, a mesma empresa envolvida em irregularidades na venda da vacina Covaxin contra a Covid-19, lucrou mais de R$ 32 milhões com a venda de preservativos femininos ao governo de Jair Bolsonaro. As vendas foram consideradas “superfaturadas”, “desnecessárias” e em quantidades “superestimadas”. Com outros contratos no governo Bolsonaro, a empresa de Francisco Maximiano recebeu mais de R$ 73 milhões. Não houve contratos fechados com o governo Lula, nem com a Precisa Medicamentos.
Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), divulgado recentemente e obtido pelo Jornal GGN, revela que a Precisa Medicamentos vendeu 10 milhões de preservativos femininos entre 2020 e 2021, gerando uma receita de quase R$ 32 milhões somente com essa transação.
Além disso, um contrato anterior com a Precisa Medicamentos previa a compra de outros 29,3 milhões de preservativos. No entanto, a CGU constatou que essas compras eram desnecessárias, pois o Ministério da Saúde já possuía um estoque suficiente desses itens para atender a demanda de mais de 12 meses.
A empresa também atrasou a entrega dos preservativos, que foram considerados superfaturados e em quantidades exageradas. O Ministério da Saúde do governo Bolsonaro demorou a aplicar a multa de R$ 2,79 milhões prevista no contrato por esse atraso. Até o momento, essa quantia não foi paga.
O relatório da CGU também aponta a ineficiência do Ministério da Saúde na aplicação de penalidades às empresas envolvidas, demonstrando que as medidas tomadas foram pouco eficazes.
Após cerca de 18 meses do término dos contratos, nenhum valor de multa foi efetivamente cobrado pelo Ministério da Saúde.
Veja a íntegra do relatório da CGU.