Autoridades locais em Zanzibar, no leste da África, confirmaram a morte de indivíduos após consumirem carne de tartaruga marinha, com outras 78 pessoas hospitalizadas. As vítimas sofreram de quelonitoxismo, uma intoxicação alimentar provocada pelo consumo dessa carne considerada uma iguaria na região.
Segundo o The Guardian, uma das vítimas fatais era a mãe de uma criança também falecida, e o consumo da carne ocorreu na terça-feira anterior aos óbitos.
O quelonitoxismo é uma doença rara, mas potencialmente fatal, conforme descrito pela Poison Control, vinculada ao National Capital Poison Center, dos Estados Unidos. A doença está associada à ingestão de tartarugas marinhas contaminadas por cianobactérias, algas nocivas presentes nos ambientes marinhos.
Embora protegidas por regulamentos internacionais que proíbem sua caça e consumo humano, as tartarugas marinhas ainda são consumidas em regiões como o Indo-Pacífico, onde são consideradas uma iguaria. O perigo reside no fato de que as tartarugas aparentemente saudáveis podem estar contaminadas pelas toxinas das cianobactérias, sem apresentar sintomas da doença.
Os sintomas do quelonitoxismo incluem coceira e dor na boca e garganta, náuseas, vômitos, dor abdominal e ulcerações na boca e língua. Em casos graves, podem ocorrer confusão mental, convulsões ou coma, podendo levar à morte.
O tratamento para o quelonitoxismo envolve cuidados sintomáticos, reposição de eletrólitos e fluidos intravenosos, além de suporte respiratório em alguns casos. Não há medicamento ou antídoto específico para a doença, e o diagnóstico pode ser difícil devido à semelhança dos sintomas com outras intoxicações alimentares.
Para prevenir o quelonitoxismo, é crucial evitar o consumo de carne de tartaruga marinha, mesmo quando cozida, e estar ciente das regulamentações locais e internacionais sobre espécies protegidas. Em caso de sintomas, é recomendável procurar atendimento médico imediato.
Esta tragédia serve como um alerta para os perigos do consumo de carne de tartaruga marinha e a importância da conscientização sobre os riscos associados a práticas alimentares que podem ameaçar tanto a saúde humana quanto a conservação das espécies marinhas.
Via CNN Brasil.
