5 novembro 2024

STJ rejeita afastamento de Gladson Cameli, mas aceita denúncias da Operação Ptolomeu

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O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu nesta quarta-feira manter Gladson Cameli no cargo de governador do Acre, apesar de aceitar todas as denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal (MPF) no âmbito das investigações da Operação Ptolomeu. A decisão foi tomada após uma sessão plenária em que a subprocuradora-geral da República, Luiza Cristina Fonseca Frischeisen, expôs as acusações ao colegiado de ministros.

A relatora do processo, ministra Nancy Andrighi, acolheu integralmente as denúncias do MPF, mas se posicionou contra o afastamento do governador. Segundo Andrighi, uma medida tão drástica poderia perturbar a ordem pública no estado. “Os fatos narrados não são contemporâneos, o que não determina a necessidade de afastamento do governador”, afirmou a ministra.

Relatora do processo ministra Nancy Andrighi.

O ministro João Otávio de Noronha, revisor do processo, concordou com a relatora, argumentando que a retirada de Cameli do cargo não seria apropriada. Os ministros Humberto Martins, Luis Felipe Salomão, Benedito Gonçalves, Raul Araújo, Villas Bôas, Sebastião Reis, Francisco Falcão, OG Fernandes e Isabel Galloti também votaram contra o afastamento.

O advogado de Gladson Cameli, Pedro Ivo Velloso, defendeu a integridade do governador, classificando as acusações como exageradas. Velloso ressaltou que o Acre está passando por uma grave crise devido às enchentes e que a remoção de Cameli seria prejudicial ao estado. “Tirar um governador nesse contexto seria absurdo”, afirmou o advogado, destacando ainda que Cameli foi reeleito em primeiro turno, refletindo a confiança da população.

O advogado de Gladson Cameli Pedro Ivo Velloso.

A decisão do STJ ocorre em meio a um cenário de desafios para o Acre, que enfrenta um estado de calamidade pública. A Operação Ptolomeu investiga supostos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o governo do estado. A manutenção de Gladson Cameli no cargo garante, por ora, a continuidade de sua administração, mas a aceitação das denúncias mantém a pressão sobre o governador, que deverá responder às acusações na justiça.

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