O Brasil terminou o mês de maio com o arroz branco mais caro do mundo, conforme divulgado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Durante o mês, o preço do arroz no país aumentou 10%, atingindo US$ 830 por tonelada, um valor 29% superior ao praticado na Tailândia, um dos maiores produtores do grão na Ásia.
A FAO, que monitora mensalmente o mercado internacional de arroz, revelou que o preço médio global do arroz branco subiu 1,5% em maio. No entanto, as variações entre os países foram bastante distintas.
No Brasil, o aumento de 10% foi significativo, semelhante ao observado na Argentina, onde os preços subiram 11%, e no Uruguai, com uma alta de 9%. Mesmo assim, o preço do arroz no Brasil superou o dos países vizinhos. Enquanto a tonelada do grão foi negociada a US$ 830,60 no Brasil, o mesmo volume custou US$ 808,60 no Uruguai e US$ 783,80 na Argentina.
O relatório da FAO destacou que “incertezas permanecem sobre a escala das perdas sofridas” após as enchentes no Rio Grande do Sul. As enchentes severas levaram o governo brasileiro a anunciar a importação de arroz e a considerar a redução de impostos de importação para renovar os estoques e manter os preços locais sob controle.
A tragédia climática no Brasil também teve repercussões internacionais, afetando a dinâmica de preços na Tailândia. No país asiático, os preços do arroz subiram entre 4% e 6% no mês. O relatório da FAO menciona que as vendas para compradores brasileiros e a valorização do baht (moeda local) em relação ao dólar americano foram fatores que contribuíram para o aumento do preço do grão na Tailândia.
Além do impacto direto das enchentes no Rio Grande do Sul, o mercado brasileiro de arroz foi influenciado por um aumento geral nos preços de alimentos processados, conforme relatado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Este cenário econômico complexo levou o governo a tomar medidas para estabilizar o mercado, incluindo a realização de leilões de arroz e a possível venda do grão a preços controlados para evitar aumentos excessivos.
Via CNN Brasil.